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Santo André pode
ter falta de remédios
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
12/08/2011 | 07:30
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Santo André pode ficar sem remédio no sistema público de Saúde nos próximos dias. O alerta foi dado ontem, durante sessão da Câmara, pelo secretário de Saúde e de Gabinete, Nilson Bonome. O homem-forte do governo Aidan Ravin (PTB) demonstrou preocupação com o problema e revelou que as empresas contratadas para fornecer os medicamentos não estão cumprindo o prazo de entrega nas Unidades Básicas de Saúde.

Bonome garantiu que a população só não sentiu o efeito da falta dos remédios porque os postos de Saúde têm estoque. Segundo ele, a reserva, por enquanto, está suprindo a dificuldade. Porém, a solução é paliativa. "Com problema na reposição teremos que fazer compra emergencial, única prerrogativa a nosso alcance na legislação."

De acordo com o titular de Saúde, os contratos são com quatro empresas, duas de São Paulo, uma de Minas Gerais e outra do Paraná, ao custo total de R$ 200 mil ao mês, próximo a R$ 2,4 milhões ao fim de um ano.

Sem citar os nomes das empresas, Bonome alegou que a Prefeitura tem realizado o trâmite comum de enviar notificações, o que, mesmo assim, não tem surtido efeito. "A administração não pode simplesmente cancelar contrato com as fornecedoras." Para ele, o pior da situação se dá em virtude de as empresas assinarem termo de compromisso e não conseguir atingir o nível de demanda. "Entrave também é por conta da inidoneidade (falta de capacidade) das empresas. Isso pode prejudicar o sistema."

O secretário não soube informar, no entanto, quais remédios estão estipulados no convênio com as empresas. O contrato foi assinado há cerca de um ano. Bonome salientou que, após o acordo ser firmado, uma das fornecedoras, inclusive, teve registro cassado pela Agência Nacional de Saúde. "Nós já estamos estudando iniciar outra licitação. Se não concluirmos a tempo, teremos de fazer contratos emergencialmente."

Segundo o secretário de Orçamento e Planejamento, Arnaldo Augusto Pereira, mesmo sem capacidade para suprir demanda, as fornecedoras não estão dando justificativas. "É estranha a atitude das empresas. Só depois de vencer certame viram que não tinham como ofertar os produtos?", sustentou Arnaldo, salientando que as empresas não estão se importando com as notificações da administração.

Oposicionista, o vereador Jurandir Gallo (PT) avaliou como boa estratégia política do governo Aidan Ravin de antecipar celeuma. "Não se tem informação sobre carência no momento. Apresentando o problema, dá impressão de responsabilidade", avalia o petista.




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