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Petreluzzi prevê libertação de reféns no Carandiru apenas na 2ª
Do Diário OnLine
18/02/2001 | 22:43
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O secretário de segurança pública do Estado de São Paulo, Marco Vinício Petreluzzi, previu neste domingo à noite que a rebelião dos sete mil presos do Complexo Penitenciário do Carandiru (que inclui a Casa de Detenção e a Penitenciária do Estado) só deve terminar na manhã de segunda-feira, com a libertação dos aproximadamente dez mil reféns que estão sendo mantidos no local.

Petreluzzi, em entrevista à Rádio Bandeirantes, afirmou que há informações de duas ou três mortes no Carandiru. As vítimas, segundo o secretário, seriam presos atingidos por tiros disparados por guardas posicionados nas guaritas próximas à entrada do Complexo. No Centro de Detenção Provisória do Belém, também na capital paulista, duas mortes foram confirmadas em acertos de contas entre presos rivais.

As rebeliões eram, de certo modo, esperadas pelas autoridades de segurança do Estado, segundo o secretário. Petreluzzi explicou que uma reação era previsível depois de o governo optar por um "enfrentamento direto" com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), transferindo cabeças do grupo para presídios do interior, com a intenção de desarticular a organização.

Mas essa reação não era esperada para domingo, porque, segundo Petreluzzi, "os presos costumam respeitar o dia de visitas". A ação integrada, que na contabilidade do secretário envolveu cerca de 20 cadeias em todo o Estado, foi uma prova de que a organização do PCC não foi tão bem fragmentada. "Evidente que eles deram hoje (domingo) uma manifestação de articulação", admitiu.

O secretário negou que as rebeliões seriam apenas uma demonstração de poder do PCC, sem tentativas de fugas. Ele afirmou que presos de diversas cadeias do interior tentaram escapar, mas foram contidos. Os dois ou três presos que teriam morrido no Carandiru, fuzilados por soldados da muralha, também estariam tentando fugir.

A grande reivindicação do PCC, segundo Petreluzzi, é a desativação das "unidades fortes" do sistema penitenciário do Estado - as cadeias de segurança máxima. Assim como foi dito na entrevista coletiva concedida no final da tarde, o secretário reforçou que o governo não vai negociar com a facção ou transferir líderes do movimento de volta à capital.

Diante da informação de que presos estariam trocando roupas com reféns dentro do Complexo do Carandiru, para confundir a segurança na hora da libertação, Petreluzzi disse não estar preocupado com a manobra. Segundo o secretário, a polícia tem "know how" para discernir quais são os visitantes e quais são os bandidos.




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