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Centenas de iraquianas já foram violentadas desde abril
Da AFP
24/08/2003 | 16:00
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Mais de 400 mulheres foram sequestradas, violentadas e vendidas no Iraque depois da queda do regime de Saddam Hussein, em abril, segundo Yanar Mohamad, diretora da Organização pela Liberdade das Mulheres no Iraque (OLFI).

"Desde que a coalizão entrou no Iraque, o país conhece uma onda de violência sem precedentes contra as mulheres. Mais de 400 foram sequestradas, violentadas e vendidas", disse Yanar durante uma manifestação na praça de Fardus.

Um forte sentimento de angústia se apoderou das mulheres e muitas temem sair de casa. Os ataques são realizados por bandos profissionais que seqüestram e vendem as mulheres ou exigem um resgate, ou por indivíduos que seqüestram para violentar, segundo Yanar. "Assim que uma mulher sai às ruas é alvo de humilhações, agressões sexuais e ameaças de sequestro", afirmou.

"Antes, eu podia passear depois do trabalho. Agora, tenho pressa em voltar para casa e no caminho vou muito atenta a tudo que pode acontecer", afirma Saihan Ali, funcionária do Ministério da Saúde. É o depoimento de uma mulher elegante de 35 anos que constata que devido à insegurança poucas compareceram à manifestação de hoje. "Centenas de mulheres prometeram vir, mas muitas desistiram no último momento por medo e agora somos apenas cem", disse. "Bagdá se tornou uma terra de criminosos e pervertidos sexuais que atuam com grande liberdade", afirmou Saihan.

A OLFI acusou as forças americanas de permitirem este tipo de comportamento e de transformarem as ruas em um lugar proibido às mulheres, quando haviam prometido liberdade para ambos os sexos no Iraque.

A organização também disse que tentou recorrer em vão ao Conselho do governo transitório e ao administrador-chefe americano, Paul Bremer. A OLFI exige o reforço das forças de segurança e maiores punições para as agressões sexuais.




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