Apelo. Essa é uma palavra que cada vez mais ganha espaço na indústria automobilística brasileira. Em busca de aumentar os números de vendas, é comum as montadoras apresentarem veículos com apelo disso, ou daquilo. Os mais famosos - e que fazem muito sucesso por aqui - são os com apelo (olha a palavrinha aí novamente) aventureiro. Aqueles que têm somente, e tão somente, o visual off-road. Agora começam a ganhar espaço os com visual esportivo, como Renault Sandero GT Line e Fiat Uno Sporting.

E os dois seguem a mesma receita dos pseudoaventureiros: design diferenciado das demais versões, com rodas especiais, cores exclusivas, lanternas escurecidas, interior caprichado e muitos adesivos. Mas com a mecânica muito parecida com as configurações, digamos, comuns.

O GT Line (R$ 42.590), que é uma versão especial lançada em outubro do ano passado e se aposentará no fim do mês - o Sandero passa por mudanças e a série especial não continuará (veja matéria na página 5), tem como peculiaridade mecânica em relação aos demais irmãos o motor 1.6 16V bicombustível - os outros usam ou 1.0 16V ou 1.6 8V, também flexíveis - de até 112 cv de potência e 15,5 mkgf de torque, quando abastecido com etanol. A transmissão é manual de cinco velocidades e a suspensão é igual à dos demais: levemente rígida, sem ser desconfortável.

O desempenho, claro, não é de nenhum superesportivo, afinal, ele vai de 0 a 100 km/h em 10,2 segundos e atinge a velocidade máxima de 181 km/h.

Em termos de equipamentos de série, vem completinho, inclusive com air bag duplo, ar-condicionado, direção hidráulica, vidros dianteiros elétricos, travas elétricas das portas e porta-malas, rádio CD MP3 com quatro alto-falantes e comando na coluna de direção, além de banco do motorista com regulagem de altura. Freios com ABS (antitravamento) são opcionais e custam R$ 1.000. Poucos carros entregam, vamos concordar, custo-benefício tão interessante.

Em termos de visual, o Sandero GT Line agrada também. Os faróis têm máscara escurecida, as rodas de liga leve de 15 polegadas têm desenho único e são na cor preta. Destaques para o adesivo que belisca a caixa de rodas e adentra às portas dianteiras e à inscrição GT Line no capô.

Por dentro, o painel de instrumentos tem grafismo com detalhes que o diferenciam dos demais. Os bancos, volante e manopla do câmbio trazem costuras vermelhas e os encostos de cabeça dos bancos dianteiros estampam a inscrição GT Line bordada.

Uno Sporting tem motor 1.4, de 88 cv

O Uno Sporting (a partir de R$ 32.170, com duas portas), por sua vez, é menos esportivo ainda, já que, apesar do visual arrojadinho, traz sob o capô o fraco motor Fire Evo 1.4 8V, de apenas 88 cv e 12,5 mkgf de torque dos demais Unos. Muito pouco para quem traz o sobrenome Sporting. O câmbio é manual de cinco velocidades e a suspensão foi levemente enrijecida e rebaixada para dar uma pegada mais apimentada, o que não convenceu muito. Tanto que a velocidade máxima é de apenas 172 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h acontece em demorados 11,2 segundos.

Mas quando o assunto é visual, o Sporting é legal. A começar pela gama de cores, que traz o estiloso - há quem não goste - laranja Nemo. As rodas de liga leve aro 15 e pneus 185/60 R15 (perfil mais fino) oferecem design moderno e bonito na cor chumbo, os faróis também são mascarados e, como já virou tradição na família Uno, não faltam adesivos para diferenciá-lo dos demais. Mas isso é opcional (R$ 187), fiquem tranquilos.

Por dentro, a fórmula é a mesma do GT Line: diferenciação. O painel é totalmente diferente, com iluminação vermelha. O revestimento dos bancos é exclusivo, com a nomenclatura Sporting bordada nos encostos de cabeça. E quem quiser mais exclusividade pode apostar no Kit Exclusive, que entrega bancos e painéis das portas dianteiras revestidos com tecido laranja, volante em couro bicolor e tapetes com a inscrição ‘Sporting' bordada.

Ele vem menos recheado de itens de série. Direção hidráulica, travas elétricas e vidros dianteiros elétricos. Só! O resto é opcional.