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GM e Fiat juntam-se para fabricar modelos híbridos
Percy Faro
Especial para o Diário do Grande ABC
20/03/2001 | 16:41
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Em breve, quem levantar o capô de um Chevrolet Corsa e deparar-se com um motor Fiat, ou encontrar num Fiat Palio um motor Chevrolet, não deverá levar um susto. Técnica e comercialmente o processo para que isso aconteça já está andando a passos largos. No final do ano passado, foi definida a diretoria geral da recém-criada joint venture GM/Fiat Worldwide Purchasing, uma das maiores do país na área de compras de componentes e autopeças.

Em janeiro deste ano, foi anunciada a definição de outra diretoria, a da joint venture Fiat/GM PTC Holdings do Brasil, formada pelas empresas FA Powertrain e GM Powertrain do Brasil, criadas pelas áreas de engenharia e produção de motor e câmbio da Fiat Automóveis e da General Motors do Brasil.

Os dirigentes da indústria automobilística qualificam esse processo como “mais um resultado da globalização, um sistema moderno e irreversível de gerenciamento administrativo das montadoras de veículos”. Na verdade, o processo já existe há um bom tempo e, na época, para este caso, o nome dado era “motor comunitário”.

A alternativa de utilizar a mesma motorização em diferentes veículos de uma ou mais marcas significa vantagem direta para os fabricantes e – dizem – também para o bolso do consumidor. A idéia é chegar a um produto com custo final mais acessível para maior número pessoas. Na teoria, o raciocínio sobre essa tese está correto, já que o motor é um dos componentes mais caros de um veículo. Espera-se a sua comprovação na prática quando isso ocorrer no Brasil.

Trocando em miúdos, e ainda citando a joint venture GM/Fiat apenas para ilustrar, o comprador de um Fiat com motor Chevrolet ou de um Chevrolet com motor Fiat, certamente vai gostar muito de saber em detalhes as vantagens e benefícios proporcionados pelos resultados da união entre as duas empresas.

Há mais de dez anos, a corrida pelo motor comunitário apresentou lances como o que ocorre agora entre General Motors do Brasil e Fiat Automóveis. Na virada da década 80/90, fábricas associadas em um mesmo grupo industrial utilizaram motores idênticos em carros diferentes – Citroën e Peugeot, na França, e a própria Fiat e Lancia, na Itália, são dois exemplos.

Para os departamentos de design e estilo, cuja participação no desenvolvimento do projeto de criação de um veículo é de fundamental importância, fica a tarefa de criar características para cada modelo, partindo da carroceria e tipo de acabamento, entre outros fatores. Também não foram raros os casos de motores projetados de forma comunitária por diferentes fabricantes que disputam o mesmo segmento de mercado – portanto, rivais em potencial. Um dos exemplos mais conhecidos naquela época foi o motor PRV, projetado por uma empresa constituída a partir da associação entre Peugeot, Renault e Volvo (daí a sigla PRV), mesmo sendo as duas primeiras concorrentes diretas e acirradas não apenas na França, mas em todo o mundo.




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