A polícia de São Paulo começou nesta segunda-feira a ouvir as testemunhas do assassinato ocorrido sábado à noite na entrada do Espaço das Américas (Barra Funda, zona Oeste), durante um festival internacional de hip hop. Pedro Claudino Pinto, 20 anos, foi morto com um tiro na cabeça por um suposto segurança do evento. O responsável pelo disparo ainda não foi identificado. Segundo testemunhas, o suspeito vestia calça jeans e camisa laranja.

Os proprietários do Espaço das Américas, em depoimento aos investigadores do 23º Distrito Policial, disseram que os organizadores do evento fizeram uma estimativa falsa sobre a presença de público no festival, alegando que haveria pouca gente. Os proprietários disseram ainda que os organizadores venderam muito mais que 10 mil ingressos – a capacidade total do Espaço das Américas.

O festival internacional foi organizado pelo grupo 'Hip Hop na Veia', cujos donos são conhecidos pelos apelidos Lozinho e Tabajara. A polícia vai intimá-los a prestar depoimento.

O evento de sábado teve divulgação da Coordenadoria de Programa para a Juventude, da Secretaria Estadual da Juventude, Esporte e Lazer de São Paulo. O festival, que contou com Racionais MC's e o rapper americano Killarmy (do grupo Wu-Tang Clan), foi divulgado pelo órgão governamental como um tributo ao dia da Consciência Negra.

O coordenador Sidney Doring Guerra alegou que a participação da pasta se limitou à divulgação do evento, sem qualquer relação com a organização. "Todas as semanas nós recebemos dezenas de pedidos para divulgação de eventos. Esse festival de hip hop chegou em cima da hora e não deu para verificar muito", justificou.

Além da morte de Pedro Calvino Pinto, que foi enterrado nesta segunda-feira, o festival foi marcado pelo vandalismo. Vários carros e estabelecimentos foram destruídos. Uma farmácia e uma loja de celulares vizinhas do local foram saqueadas.