A notícia que mais animou o mercado foi a de que a variação dos preços na cidade de São Paulo, medida pelo ICV (Índice do Custo de Vida) do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), registrou deflação de 0,18% em fevereiro. É o menor resultado desde junho de 2003.

Os investidores acreditam que a indicação de uma queda nos preços pode significar uma possível redução da taxa básica de juros, a Selic, na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que acontece nos próximos dias 16 e 17. Porém, analistas estimam que Banco Central voltará a manter a taxa Selic em 16,5% ao ano, pelo terceiro mês consecutivo.

O mercado de investimentos também se animou com a melhora dos principais indicadores de confiança estrangeira no Brasil. O risco-país, medido pelo banco JP Morgan, recuou 2,61%, aos 522 pontos. O C-Bond, principal título da dívida externa, subiu 0,89%, a 98,68% do seu valor de face.

A crise política, que vinha preocupando o mercado financeiro, foi amenizada. Na sexta-feira, o governo conseguiu barrar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bingos, que vinha sendo o principal fator de pressão sobre a Bovespa na semana passada. A notícia também levou tranqüilidade ao mercado cambiário. Porém, o dólar comercial fechou com leve alta de 0,17% — influenciado pelo fluxo cambial negativo.

Entre as 54 ações mais negociadas do Ibovespa, as maiores altas foram da Net PN (8,2%) e Tractebel ON (4,7%). Já as quedas mais significativas ficaram com a Embraer PN (5,7%) e Telesp PN (5%). Os papéis preferenciais da Telemar, carro-chefe da Bovespa, encerrou com valorização de 1,19%.