No segundo semestre de 2001, quando a economia sofreu pressões do racionamento de enrgia elétrica, da crise argentina, apenas 46% das categorias de trabalhadores conseguiram negociar a reajuste igual ou superior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo IBGE. Um levantamento, divulgado pelo Dieese nesta segunda-feira, mostra que no 72% das categorias analisadas conseguiram a reposição no primeiro semestre.

Das 529 categorias analisadas pelo Dieese, 63% obtiveram reajustes salariais entre 2 pontos abaixo a 2 pontos acima do INPC no ano passado. 45,37% (240 categorias) tiveram reajuste acima do INPC, enquanto 35,92% (190) ficaram abaixo.

O coordenador de atendimento técnico do Dieese, Wilson Amorim, acredita que a situação deve se inverter em 2000. No primeiro semestre, acordos menos favoráveis devem ser fechados. Porém, no segundo semestre, os acordos devem favorecer os trabalhadores.

Indústria- No primeiro semestre, 73% dos acordos firmados, no mínimo, igualaram o INPC no setor industrial; enquanto no segundo, a proporção caiu para 56%. Somado o ano todo, 66% dos acordos da indústria mostraram reposição do índice.

Já no comércio, entre as 28 categorias que negociaram nos primeiros seis meses, 93% tiveram reajustes iguais ou superiores ao INPC. No último semestre, somente 24% conseguiu um reajuste igual ou superior ao índice. O porcentual das categorias do comércio que não conseguiu repor a inflação ficou em 33%.

Os piores resultados durante 2001 foram apurados no setor de serviços com 43% de acordos fechados com reajustes abaixo do INPC.