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Cardeal revela que argentino esteve perto de se tornar papa
Do Diário OnLine
Com AFP
23/09/2005 | 11:44
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As revelações de um importante cardeal sobre o recente Conclave de 19 de abril, que elegeu o papa Bento XVI, afirmam que o cardeal argentino Jorge Bergoglio foi o segundo mais votado na terceira rodada da eleição. Ele poderia barrar a eleição do conservador alemão Joseph Ratzinger.


Segundo matéria do noticiário do canal italiano TG2 na noite de quinta-feira, essas revelações - que serão publicadas pela revista política Limes - garantem que, ao contrário do que a imprensa italiana afirmava, o principal adversário do cardeal alemão Ratzinger, eleito depois de quatro votações, não foi o progressista italiano Carlo María Martini e sim outro jesuíta, Jorge María Bergoglio. O cardeal argentino, de acordo com a matéria, teria pedido para que seus colegas não votassem nele.

Eram necessários dois terços, ou seja, 77 votos dos 115 cardeais que participaram no Conclave. Na terceira rodada, o argentino teve 40, contra 72 do alemão.

"Grande preocupação entre os purpurados que desejam a eleição do cardeal Ratzinger", escreveu, depois da terceira votação, o cardeal não identificado que fez as revelações sobre o Conclave. Ele destacou as manobras do cardeal colombiano Alfonso López Trujillo, amigo e partidário de Ratzinger, para convencer os demais sacerdotes latino-americanos de que não havia outra alternativa além do prelado alemão.

Boa parte dos 20 cardeais latino-americanos apoiava o jesuíta argentino, de 69 anos, mas o receio demonstrado por ele ante sua possível eleição acabou por convencer seus seguidores a votar no cardeal alemão. Na quarta e última votação, segundo o relato anônimo que descreve passo a passo os detalhes do Conclave, Ratzinger alcançou 84 votos e Bergoglio, 26.

Três votos foram para três personalidades "curiosas", como as definiu a fonte, entre elas o cardeal americano Bernard Law, arcebispo de Boston, obrigado a se demitir pelos escândalos de pedofilia em sua diocese.

Sobre o que ocorreu no Conclave não existem versões oficiais, pois os cardeais juram manter total segredo de seu voto sob pena de excomunhão. O relato não autorizado confirma o que outra fonte já havia adiantado, o bispo Bernard Fellay, superior do movimento ultraconservador e cismático fundado pelo monsenhor Marcel Lefebvre, que contou que Bergoglio, ao não se sentir pronto para ocupar o Trono de São Pedro, resolveu se retirar da disputa.




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