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Filhos de executivo da Shell terão de depor formalmente
Do Diário OnLine
Com Agências
03/12/2003 | 23:09
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Os dois filhos mais velhos do casal Zera Todd Staheli e Michele Davis Staheli terão de depor formalmente à juíza Maria Angélica Guedes, do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, na próxima sexta-feira (dia 5). A decisão da juíza atende ao pedido de antecipação de provas das promotoras Mônica di Piero e Marcele Navega, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Assim, os filhos do casal atacado no último domingo estão proibidos de sair do país até que o depoimento seja colhido.

Um casal de americanos que é amigo das vítimas também foi convocado a depor. Eles foram as primeiras pessoas que chegaram à casa na manhã de domingo, atendendo ao chamado dos filhos de Zera Todd e Michelle. A Justiça concedeu ainda a quebra dos sigilos telefônicos do celular do executivo e da casa dos Staheli.

As promotoras recorreram por temer que as crianças fossem tiradas do Brasil sem que elas prestassem um depoimento formal. Os pais de Staheli estão no país desde terça-feira e tem a intenção de voltar aos Estados Unidos, com os netos, assim que possível. O corpo do ex-diretor da área de gás e energia da Shell para a América Latina terminou de ser embalsamado nesta quarta, na Santa Casa de Inhaúma. Mas ele só deve ser liberado para traslado na próxima sexta-feira.

Segundo a promotora Marcele Navega, as crianças estarão acompanhadas no depoimento por um responsável - podendo inclusive ser o cônsul dos Estados Unidos no Rio de Janeiro - e um tradutor oficial. As promotoras entendem que o depoimento das crianças é importante porque elas estavam na casa na hora do ataque.

Foi o filho de 10 anos que encontrou os pais gravemente feridos, na manhã de domingo. Por volta das 6h30, ele entrou no quarto de Zera Todd e Michelle para desligar o despertador, que não parava de tocar. Os dois estavam sobre a cama, muito feridos. O pai já agonizava. A mãe estava desacordada.

A filha mais velha do casal, uma menina de 13 anos, forneceu uma das pistas mais relevantes que a polícia tem sobre o caso até agora. Em depoimento informal aos investigadores, ela contou sobre um discussão profissional que Staheli teve por telefone dias antes do crime. Segundo a garota, uma pessoa que falava desde Londres (Inglaterra) reclamou da condução de Zera Todd no projeto do gasoduto Brasil-Bolívia – motivo principal da transferência dele para o Rio.

O secretário de Segurança Pública do Estado, Anthony Garotinho, contou nesta quarta-feira que quis saber sobre hábitos da menina. "Perguntei se ela costumava beber, usar algum tipo de medicamento, porque podia ter havido alguma interação de medicamento com bebida e ela disse que não faz uso nem de bebida nem de remédios."

Ainda sobre a garota de 13 anos, Garotinho revelou que a polícia investiga cartas trocadas entre mãe e filha. As correspondências teriam relatos sobre brigas familiares.

Perguntado se o crime teve caráter profissional, hipótese que surgiu após o relato da filha mais velha, o secretário hesitou. "Não podemos prejulgar ninguém. Repito que a única certeza que a polícia tem é de que não foi crime de latrocínio, porque todas as jóias estavam na casa."

No início da noite desta quarta-feira, Garotinho afirmou que policiais estiveram no escritório da Shell onde Staheli trabalhava, na Barra da Tijuca (zona Oeste), para recolher seus computadores para análise pericial. Ele informou ainda que a perícia "não avançou" na busca por pistas na casa da família. O exame de uma possível passagem oculta para a residência, descoberta na terça-feira à noite, também não acrescentou pistas. Os investigadores afirmaram que a cerca elétrica que protege a propriedade estava desligada na ocasião do crime.




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