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Anistia Internacional denuncia tortura na China
Do Diário OnLine
12/02/2001 | 14:23
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A tortura continua sendo uma prática ‘‘comum e sistemática’’ na China, apesar das promessas do regime comunista de colocar fim aos maus tratos das autoridades contra os presos, afirmou nesta segunda-feira a Anistia Internacional, ONG de defesa dos direitos humanos.

Em um informe, a organização inglesa acusou Pequim de encobrir a tortura e ordenar que os altos funcionários recorram a todos os meios para obter resultados durante as campanhas contra a criminalidade ou movimentos tais como a seita proibida Falungong.

‘‘O governo reconhece há vários anos que a tortura é um problema grave, mas pouco foi feito para remediá-la’’, lamenta a Anistia.

A tortura não se limita aos condenados e presos, mas também é praticada pelos fiscais, juizes e vigilantes de supermercados que não hesitam em torturar até a morte supostos ladrões ou clientes descontentes.

A Anistia Internacional ressaltou também que a política do filho único também gera vários casos de tortura. A ONG cita o caso de Zhu Yianxiong, 30 anos, agricultor da província de Hunan (sur), torturado até a morte para revelar o lugar onde sua mulher se escondia, suspeita de estar grávida sem permissão.

‘‘Quando as autoridades locais de controle da natalidade o prenderam em maio de 1998, o penduraram pelos pés, deram-lhe chicotadas e socos, depois o queimaram com cigarro e com ferro de soldar para arrancar as partes genitais’’, informou a Anistia.

As mulheres são mais vulneráveis, segundo o informe. Supostas prostitutas são violentas por policiais que tentam obter o nome de seus clientes para fazer chantagem.

A tortura também continua sendo comum contra opositores políticos, como o separatista Zulikar Memet, executado em junho do ano passado em Xinjiang (Noroeste).

Durante seu julgamento, Memet mostrou ao tribunal seus dedos, cujas unhas haviam sido arrancadas pelos torturadores, entretanto não se ordenou nenhuma investigação, segundo a Anistia.




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