No "dossiê Cayman" hipoteticamente estariam provas da existência de um empresa, a CH, J & T, no paraíso fiscal nas Bahamas, em nome do presidente Fernando Henrique, do ministro da saúde, José Serra, do ex-ministro das Comunicaçoes, Sérgio Motta, morto em 1998, e do governador de Sao Paulo, Mário Covas. A conta supostamente teria US$ 368 milhoes, o que configuraria crime de sonegaçao fiscal. Caio Prado é apontado na denúncia como a pessoa que teria divulgado o dossiê para o presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva e para o presidente do partido, o deputado federal José Dirceu (SP).
A denúncia contra Maluf, Coutinho e o Caio Fábio foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República, a pedido do entao ministro da Justiça e hoje senador Renan Calheiros. Em março, a mesma Quinta-Turma do STJ já havia decidido que os processos contra Maluf e Coutinho deveriam ter andamento na Justiça Federal de Sao Paulo. Os advogados do pastor Caio Fábio tentaram, sem sucesso, que o processo de seu cliente tivesse destino diferente. Alegaram que a denúncia refere-se a crime de sonegaçao, nao havendo relaçao com a funçao pública exercida por Fernando Henrique.
O relator do processo no STJ, ministro Edson Vidigal, discordou. Para ele, a competência é da Justiça Federal "quando se atribui ao presidente da República, funcionário público para os fins penais, conduta reprovável, vinculando-a ao exercício de suas funçoes institucionais, com nítido interesse de natureza política". Os demais ministros seguiram o voto do relator.
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