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Economistas esperam preços estáveis neste mês às famílias
Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
21/06/2011 | 07:18
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Este será o melhor mês para o bolso do consumidor, afirmam os economistas do mercado financeiro. Os preços ficarão próximos à estabilidade. Para eles, a inflação das famílias com renda entre um e 40 salários-mínimos atingirá, neste mês, 0,02%. Será o menor resultado mensal de 2011 e o segundo ano consecutivo em que o período terá variação inferior aos cinco meses anteriores.

A previsão está no Boletim Focus do Banco Central, publicado ontem com expectativas do fim da semana passada. Para as cinco empresas que mais acertam as estimativas, o grupo Top 5, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo deste mês será de 0,02%, mesmo apontamento da da semana passada. Por outro lado, a mediana das cerca de 100 companhias que contribuem para o Focus prevê 0,05%, contra 0,08% da última divulgação.

Não haverá surpresa se a inflação deste mês atingir patamar próximo à estabilidade de preços, disse o professor de Economia Giuliano Contento de Oliveira, que ministra aulas na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). "Mas o lado negativo é que o padrão de preços de junho não permanecerá nos próximos meses", destacou.

O professor Anselmo Santos, do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho do Instituto de Economia da Unicamp destacou que o recuo dos valores das commodities, no mercado internacional, influenciarão o IPCA deste mês.

MERCADORIAS

As commodities são os produtos em estado primário negociados no mercado internacional. Entre eles figuram minérios, etanol, açúcar, boi gordo, café, soja e milho. E a China é a responsável por grande parte da variação desses desses preços.

Contento explicou que a pressão inflacionária deste ano foi em quase 50% criada pelos preços das commodities. Como a economia chinesa cresce em ritmo acelerado, sem previsão para desaquecimento, a demanda do país oriental pelas mercadorias é grande. Assim, os preços desses produtos sobem em todo o mundo e influenciam os valores internos, ou seja, aos consumidores.

O professor da PUC-SP avaliou que as famílias brasileiras não terão deflação geral nos próximos meses. "Mas é possível queda nos preços em determinados grupos." Apenas o setor de serviços foi descartado pelo professor, que continua crescendo./CW

Santos disse que o aumento do emprego e da renda da população contribui com pequena parcela na inflação dos serviços. O que pesa, para ele, são os serviços indexados a indicadores gerais de preços.

Inflação volta em julho e salário vai pressionar indicador em 2012

Se a expectativa é para inflação estável neste mês, segundo o Focus, julho terá alta média nos preços de 0,13%. E para o acumulado do ano que vem, o IPCA atingirá 5,18%, acima do centro da meta de inflação.

O professor de Economia da PUC-SP Giuliano Contento de Oliveira alertou que o aumento do salário-mínimo, de 14%, esperado para o ano que vem terá contribuição para a inflação. "Há incerteza para 2012 pelo reajuste", disse.

META

A meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional é de 4,5% ao ano para o IPCA. Este limite é visto pelo governo como saudável para a economia do País. No entanto, neste ano o Focus apresentou opiniões próximas ao teto da meta, de 6,5%. Na mediana agregada, o IPCA acumulará 6,18%. E no Top 5, 6,22%.




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