Os servidores públicos de Santo André querem mesmo o reajuste de 61,94% para equiparar as perdas salariais desde 1997, como prometido pelo prefeito Aidan Ravin (PTB) durante a campanha eleitoral de 2008. Apesar do posicionamento, o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) trabalha também com a possibilidade de fazer pequenos ajustes à proposta do chefe do Executivo e de seu secretário de Gabinete e Saúde, Nilson Bonome (PMDB), rejeitada pelo funcionalismo na quinta-feira.

Durante assembleia em frente à Câmara, a categoria rechaçou de maneira unânime a sugestão do Executivo de 14% de reajuste; sendo 8% inicialmente, 6% em dezembro, mais R$ 50 incorporados ao salário e bônus de R$ 250 em julho. A categoria pleiteará na quarta-feira, durante reunião com representantes do governo, o percentual de mais de 61,94%, mas levará também como contraproposta à mesa de negociação o reajuste de 14% de uma só vez, aumento de R$ 50 para R$ 150 de incorporação ao salário e abono maior que os R$ 250 aprovados pela administração.

"Acreditamos que se isso fosse colocado para os servidores na Assembleia, a proposta teria sido aprovada", disse o diretor do Sindserv, Wagner Nascimento.

O sindicalista frisou que outro ponto para a insatisfação do servidor foi a posição da gestão Aidan ter chegado uma hora antes do início da assembleia, tempo insuficiente para encaminhar algo diferente.

Se comparado a outros setores, inclusive o privado, o percentual de 14% representa uma boa marca para os funcionários públicos de Santo André.

Os metalúrgicos da região conquistaram, em 2010, 10,81% de aumento salarial - 9% da data-base mais 1,66% de correção da tabela salarial. Foi o maior aumento salarial da história da categoria. Contudo, é válido lembrar que o abono da classe foi R$ 2.200.

No Grande ABC, quando se fala em funcionalismo, os 14% só não ultrapassam os 15% concedidos pelo ex-prefeito de São Bernardo William Dib (PSDB), em 2008. À época, ele repassou aos servidores o reajuste em três parcelas de 5% durante o período.

Na quinta-feira, haverá nova assembleia da categoria para votação do resultado da mesa de negociação.

O sindicato não divulgou se entre as ações de mobilização que vêm sendo arquitetadas está a possibilidade de greve.

Nas ruas de Santo André, a população ouvida pelo Diário é unâmime ao apoiar o aumento dos servidores. O gráfico José Pereira Brito, 52 anos, morador do bairro Sacadura Cabral disse que o funcionalismo merece mais. "Acho que 20% seriam o ideal." Para a servente de escola que trabalha em Ribeirão PiresZélia Alves Tourinho, o reajuste deveria "chegar aos 40%".