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Papa condena o sofrimento no mundo em mensagem de Páscoa
Da AFP
08/04/2007 | 16:55
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O Papa Bento XVI condenou o sofrimento no mundo em sua tradicional mensagem de domingo de Páscoa, na qual mencionou a violência na África e a situação desesperadora do Iraque.

"Quantas feridas, quanto sofrimento no mundo", disse o Papa em sua mensagem Urbi et Orbi diante de milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro e para milhões de católicos que acompanharam a missa ao vivo através de redes de televisão de 67 países.

Entre os fiéis, estavam os três mil participantes de uma manifestação contra a pena de morte que havia percorrido as ruas de Roma anteriormente para pedir uma resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) para uma moratória mundial da pena capital.

Os manifestantes levavam consigo balões brancos e grandes faixas nas quais se podia ler "Queremos uma moratória da ONU" e, segundo os organizadores da marcha, esperavam que o Pontífice fizesse uma referência a esta questão em sua mensagem pascal.

Bento XVI mencionou que no mundo "não faltam calamidades naturais e tragédias humanas que causam inúmeras vítimas", mas ressaltou que a fé em Jesus leva "à esperança de um futuro melhor".

O Papa se referiu expressamente às situações da África e do Iraque. "Nada de positivo chega do Iraque, ensangüentado por massacres sucessivos, enquanto os civis fogem", afirmou o Pontífice em referência à situação no país árabe, tema ao qual fez referência em poucas ocasiões.

Uma delas foi a mensagem no último Natal, na qual pediu "a todos aqueles que têm em suas mãos o destino do Iraque" que "ponham fim à brutal violência" que assola esse país.

O líder espiritual dos 1,1 bilhão de católicos existentes em todo o mundo disse algumas palavras de otimismo ao manifestar sua alegria pelos "sinais de esperança no diálogo entre Israel e a Autoridade Palestina".

No entanto, Bento XVI voltou a fazer referência à dor humana ao destacar sua "preocupação com as condições que prevalecem em muitas regiões da África".

No contexto africano, o Pontífice citou expressamente Zimbábue, Darfur, Somália e Chade, lugares onde há "uma catastrófica e, é triste dizer também, subestimada situação humanitária".

Pelo menos 200 mil pessoas morreram e mais de dois milhões fugiram de suas terras desde que começou o conflito de Darfur, região do sudoeste do Sudão, em fevereiro de 2003.

Com sua indumentária religiosa de cor dourada e sua mitra reluzente sob o sol da primavera que banhava a Praça de São Pedro, Bento XVI não deixou de se referir em sua mensagem às vítimas de recentes catástrofes naturais em Madagascar, nas Ilhas Salomão e na América Latina.

Também lembrou as vítimas da fome, das doenças incuráveis, do terrorismo, dos seqüestros e "da violência às vezes justificada em nome da religião", acrescentou.

No entanto, o Papa pediu aos "irmãos e irmãs na fé" que ouçam que "Cristo ressuscitou e está vivo entre nós. Ele é a esperança de um futuro melhor". Após sua mensagem, Bento XVI saudou a Páscoa em 62 idiomas, do português ao inglês, passando pelo chinês e o esperanto, entre outros.

Como é tradicional, os grupos de peregrinos concentrados na Praça de São Pedro aplaudiram, agitaram as bandeiras de seus países e se manifestaram quando o Papa lhes felicitava em seus respectivos idiomas.

Antes da mensagem Urbi et Orbi e da saudação pascal, o Pontífice --que completa 80 anos no dia 16 de abril-- presidiu a missa de Páscoa em que os cristãos celebram a ressurreição de Jesus Cristo após ter sido crucificado, na Sexta-feira Santa.

Pela primeira vez, próximo ao altar havia um ícone, que são as obras de arte religioso dos cristãos ortodoxos.

Durante a missa de sábado à noite, Bento XVI batizou duas crianças e seis adultos.




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