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Aumenta escândalo financeiro com presidente israelense
Do Diário do Grande ABC
21/01/2000 | 14:44
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O escândalo financeiro que afeta o presidente israelense, Ezer Weizman, e que pode obrigá-lo a renunciar tomou nesta sexta-feira uma dimensao que prejudica inclusive o Partido Trabalhista do premiê Ehud Barak.

Weizman, suspeito de fraude fiscal e prevaricaçao, foi colocado nesta quinta-feira sob investigaçao judicial depois que a polícia provou que entre 1983 e 1984 ``manteve uma relaçao comercial' com um empresário francês, Edouard Saroussi, enquanto estava em cargos ministeriais.

Um jornalista israelense, Yoav Yitzhak, revelou no começo deste mês que Weizman recebeu de Saroussi cerca de meio milhao de dólares entre 1989 e 1993, antes de aceder à magistratura suprema.

Por sua vez, o chefe do estado simplesmente reconheceu ter recebido US$ 250 mil de um ``velho amigo'.

Por meio de seu advogado, Weizman fez saber que se declarava inocente e que nao pretendia renunciar. Mas segundo as novas revelaçoes que Yitzhak fez à televisao pública israelense, Weizman teria negociado em troca de dinheiro seu apoio à criaçao em 1984 de um gabinete de uniao nacional sob a direçao do líder trabalhista da época, Shimon Peres.

Segundo a montagem financeira mencionada nesta sexta-feira pela mídia, um empresário israelense, David Blas, entao administrador financeiro da Federaçao Unificada dos Kibbutzim (habitantes de fazendas-cooperativas), entregou em 1984 um empréstimo de US$ 3,5 milhoes a uma sociedade de importaçao de automóveis.

Weizman tinha açoes nessa sociedade, entao à beira da falência. Sempre segundo Yitzhak, Weizman se teria comprometido, em troca desse empréstimo, a apoiar politicamente o Partido Trabalhista.

Os kibbutzim, vinculados ao Partido Trabalhista, foram vítimas da hiperinflaçao após se meter em especulaçoes de bolsa, e contavam aparentemente com um gabinete de Peres para enfrentar as dívidas.

Nessa época os dois grandes blocos políticos, o Likud (direita) de Yitzhak Shamir ye o Partido Trabalhista disputavam o governo. Segundo Yitzhak, Blas possui um bilhete no qual Weizman se compromete a apoiar Peres.

Por outro lado, o chefe da polícia, Yehuda Wilk, anunciou nesta sexta-feira que a investigaçao sobre Weizman foi confiada à brigada antifraude. Wilk precisou que o presidente pode ser interrogado pelos membros da brigada antifraude ``como simples testemunha ou como suspeito suscetível de ser processado'. Esclareceu que os ``os investigadores estao encarregados de verificar se o presidente Weizman cometeu delitos ou se apenas implicado em um caso de fraude fiscal'.




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