A pendência tributária veio à tona com a decisao da Embratel de repassar este ano às tarifas de longa distância internacional uma taxa de ICMS de 13%. Até o 1999, cabia às operadoras regionais cobrar o usuário final e recolher os tributos. Mas elas entendiam que as chamadas internacionais se encaixavam no conceito de exportaçao de serviços, beneficiado com isençao de ICMS, de acordo com o Artigo 3.º, Inciso II, da Lei Kandir.
A Embratel, única operadora de longa distância internacional do país, informou que nao foi autuada. O Departamento Jurídico da empresa manifestou-se dizendo que, "se as teles estao sendo autuadas, esse é um problema de competência exclusiva delas porque eram as responsáveis pelo faturamento dos clientes".
O subsecretário da Receita do Distrito Federal, Eduardo de Almeida, disse que a cobrança do ICMS nao depende de decisao do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Ele confirmou que uma comissao técnica do Confaz estuda o assunto, mas apenas para padronizar o procedimento.
"A matéria vem sendo discutida há bastante tempo", disse Almeida. "Preferimos nao esperar mais", afirmou. Ele esclareceu que, no Distrito Federal, a cobrança do ICMS pode ser retroativa até a 1989, quando foi editada a legislaçao local para o tributo. O valor que está sendo cobrado ele nao divulga, nem confirma a autuaçao da Telebrasília, seguindo a obrigatoriedade do sigilo sobre questoes tributárias.
"Os Estados hoje nao podem desprezar nenhum valor e, nesse caso das chamadas internacionais, ele é significativo", declarou. Segundo Almeida, o processo de cobrança dessa dívida tem a tarja de urgente e espera uma conclusao administrativa para daqui a seis meses. Ele disse ainda que o Confaz nao pode anistiar o principal da dívida, mas, eventualmente, pode decidir por uma isençao do imposto.
Nas chamadas locais e de longa distância nacional, nao houve problemas de arrecadaçao, segundo Almeida. "Apenas no serviço internacional, que é o filé, principalmente no eixo Brasília-Rio-Sao Paulo", afirmou. "Todo o procedimento da chamada internacional é feito internamente", argumentou.
Até março de 1998, as operadoras regionais tinham uma pequena participaçao na receita das chamadas internacionais. Dessa data em diante, a receita ficou toda para a Embratel, numa reorganizaçao do Sistema Telebrás para a privatizaçao, que aconteceu em julho de 1998. Segundo fontes do mercado de telecomunicaçoes, existia uma orientaçao da Telebrás para que nao fosse cobrado o ICMS das tarifas de longa distância internacional.
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