A babá de 38 anos suspeita de agredir e abusar de um menino de 7 meses de idade negou nesta segunda-feira as acusações e afirmou que tratava a criança da mesma forma como o seu sobrinho. Ângela Cristina de Souza prestou depoimento durante cerca de três horas na sede da GPCA (Gerência de Proteção à Criança e ao Adolescente) em Recife, Pernambuco.

Acompanhada por dois advogados, Ângela disse ainda que não tinha a intenção de machucar a criança e que suas atitudes eram apenas brincadeiras. Com relação a tocar as partes íntimas do bebê, a babá justificou seu comportamento e disse estar atendendo a uma recomendação do médico pediatra para passar uma pomada para evitar a cirurgia da fimose.

Imagens gravadas por uma câmera escondida instalada na casa pelos pais do bebê mostram Ângela Cristina jogando água no rosto da criança, desferindo tapas em suas mãos e pernas e arremessando-a no sofá. Além disso, há cenas que apontam para indício de crime sexual.

Segundo a delegada Mariana Vilasboas, não há indícios para pedir prisão preventiva da babá. Ângela compareceu para prestar depoimento, tem residência fixa e está colaborando com as investigações. Além disso, não houve flagrante. O vídeo foi feito na quinta-feira, mas os pais só foram prestar queixa no sábado.

Os pais decidiram instalar o equipamento ao serem alertados por uma vizinha. "Ela falou que o bebê chorava muito e que achava isso estranho", declarou o pai Cláudio Dutra Sampaio em entrevista ao "Bom Dia Brasil" (TV Globo). Eles também contaram que o menino passou e ter dificuldades para comer e medo de ser tocado.

Se Ângela for condenada, ela pode pegar pena de 8 a 15 anos pelo crime de estupro de vulnerável (qualquer tipo de ato libidinoso contra menor) e até um ano por maus-tratos. A polícia aguarda o laudo pericial feito na criança para comprovar se houve agressão. Além da babá, os pais da criança já foram ouvidos pela polícia. Até sexta-feira, prestarão depoimentos os vizinhos, a cunhada da babá e o marido dela.