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Cuba e Espanha retomam a cooperação
Da AFP
03/04/2007 | 16:36
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Cuba e Espanha restabeleceram nesta terça-feira a cooperação econômica suspensa há quatro anos entre os dois países, no último dia de visita a Havana do chanceler Miguel Angel Moratinos, encarregado de selar com Raúl Castro a "nova era" de uma relação bilateral que servirá de exemplo para a União Européia (UE).

"Vamos assinar hoje uma ata em que a cooperação espanhola voltará a estar presente em Cuba", declarou Moratinos, após se reunir com o vice-presidente Carlos Lage.

O chefe da diplomacia espanhola revelou que comissões mistas de ambos países se reunirão em setembro.

A cooperação com toda a UE foi suspensa há quatro anos pelo presidente Fidel Castro, em seguida a uma punição do bloco a Cuba em represália pela prisão de 75 opositores.

A reunião de Moratinos com Raúl Castro, no comando de Cuba há oito meses devido ao estado de saúde de seu irmão Fidel, representa o ponto máximo para Havana e Madri de uma visita que resultará na assinatura de convênios sobre política, economia, cultura.

Sem adiantar os acordos, o ministro cubano garantiu que, quanto à questão de direitos humanos, Cuba e Espanha avançam "na idéia do estabelecimento de um mecanismo permanente e formal de diálogo político que não exclua o tema".

Apesar disso, alertou que "com a UE não há condições" para conversar sobre o assunto, a menos que as sanções sejam "levantadas definitivamente". As sanções haviam sido suspensas em 2005, por iniciativa do governo socialista espanhol de José Luis Rodríguez Zapatero.

A agenda do ministro inclui a perspectiva de uma renegociação da dívida cubana bilateral (cerca de 1,4 bilhão de dólares) e de mais negócios, já que a Espanha é o terceiro sócio comercial de Cuba, atrás de Venezuela e China.

O comércio entre estas duas nações hispânicas cresceu 23% de 2005 a 2006, chegando a 932 milhões de dólares.

De acordo com a programação oficial, Moratinos conversou com os vice-presidentes Carlos Lage e José Ramón Fernández, com o líder do Parlamento, Ricardo Alarcón, e empresários espanhóis, visitando Havana Velha, a Escola Latino-Americana de Medicina e uma mostra permanente do pintor espanhol Joaquín Sorolla (1863-1923), no Museu de Belas Artes.




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