O ministro das Relaçoes Exteriores, Igor Ivanov, anunciou nesta segunda-feira uma nova doutrina para a política externa da Rússia, enfatizando a necessidade de perseguir somente os objetivos que podem ser cumpridos. "A idéia é fazer uma política mais nacional, mais proveitosa, tanto no sentido político como no econômico, disse Ivanov, numa entrevista coletiva à imprensa. Essa nova doutrina dá prioridade aos objetivos da política externa necessários para erguer um Estado forte com uma sólida economia. Essas declaraçoes foram feitas pelo ministro, pouco depois de um discurso do presidente Vladimir Putin em que prega a necessidade das políticas do governo serem mais eficientes.

A doutrina também estabelece um programa ideológico oficial, que enfatiza a importância de um governo central para a sociedade, mas que nao altere o princípio de livre mercado. Em pronunciamentos anteriores sobre diretrizes políticas já havia ficado estabelecido também, uma nova doutrina de segurança, ampliando a autoridade do Kremlin no emprego das armas nucleares. Foram enfatizadas ainda novas diretrizes de segurança para o controle do fluxo das informaçoes.

O documento reflete um certo rancor pela expansao da Otan ao Leste Europeu, que para muitos russos é uma traiçao do Ocidente. Um dos objetivos também é lutar contra o terrorismo internacional, "que é capaz de desestabilizar nao somente um Estado individual, mas sim regioes inteiras", segundo Ivanov.

Alguns objetivos da política exterior que já estao em andamento, como a suspensao das sançoes econômicas ao Iraque e o cancelamento de um programa de defesa anti-mísseis dos Estados Unidos, prosseguirao, informa Ivanov. O ministro russo concluiu que o país continuará patrocinando em conjunto com os Estados Unidos, as negociaçoes de paz no Oriente Médio e que analisará as possibilidades de firmar alianças com a China na visita que fará ao país, na próxima semana.