O percentual anunciado nesta quinta pelo governo português é considerado pelo Executivo europeu como um "déficit excessivo', que se afasta do teto de 3% a que se comprometeram os países da zona euro (que reúne as quinze nações da União Européia com exceção de Reino Unido, Suécia e Dinamarca). Em 1997, os integrantes do bloco firmaram o Pacto de Estabilidade e Crescimento, que também inclui a meta do déficit zero em 2004.

Portugal, que já recebeu uma advertência de Bruxelas em fevereiro por ter registrado um déficit em 2,2% -1,1 ponto percentual superior ao previsto -, se comprometeu então a reduzi-lo a 2,8% em 2002 e a tentar chegar ao déficit zero em 2004.

Mas vários cálculos revisados de suas contas de 2001 o levaram a corrigi-lo para cima em quase dois pontos, o que fez com que os serviços do comissário de Assuntos Econômicos e Monetários, Pedro Solbes, iniciassem pela primeira vez o processo de déficit excessivo contra um país da zona.