Política Titulo Ativismo
Representantes LGBT buscam vaga nas Câmaras

Ativistas procuram representatividade
nas Câmaras Municipais do Grande ABC

Vitória Rocha
Especial para o Diário
24/09/2016 | 07:20
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Marina Brandão/DGABC


Em meio a cenário conservador na política local e nacional, representantes da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) buscam vaga nas Câmaras do Grande ABC. Atualmente, entre os 594 parlamentares do Congresso Nacional brasileiro apenas o deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) se identifica abertamente como homossexual e militante da causa.

Levantamento da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) de 14 de setembro apontou que dentre os 496.868 candidatos aos Executivos e Legislativos do Brasil apenas 124 postulantes preencheram formulário da organização se declarando aliados ou ativistas do movimento.

Pela primeira vez concorrendo em uma eleição, a transexual Gabriella Bueno (PPS), 30 anos, conta que foi convidada a participar da sigla pelo presidente do partido em Rio Grande da Serra, Wagner Soares de Lima, e acredita que pode fazer a diferença. “A importância (em representar esses grupos) é dar visibilidade e auxiliar na criação de projetos que garantam mais direitos à causa, como leis para punir os homofóbicos.”

Já em Santo André concorre a homossexual e drag queen Sthephanny Monphettiny (DEM), 27, que destacou a necessidade de haver representatividade no Legislativo. “As pautas (do movimento) fazem parte da minha plataforma, principalmente lutar por uma coordenadoria LGBT no município. O que estamos pedindo para o pessoal é respeito.”

“A gente sofre muito preconceito aqui no Grande ABC, sofremos muitas agressões físicas e às vezes acontecem até assassinatos. Precisamos entrar no poder público para poder resolver essas situações. É uma luta que eu tenho e vou carregar se for eleito”, contou a homossexual e drag queen Marisa Brasil (PSDB), 39, que concorre em nome do grupo da diversidade da sigla do candidato ao Executivo de Mauá Clóvis Volpi (PSDB).

Da mesma forma, o postulante Pedro Augusto Antunes (PTB), 29, falou sobre a importância da luta na Câmara andreense para evolução de discussões como a saúde de homossexuais e transexuais. “A cidade tem tantos problemas para serem administrados que a questão LGBT não é levada tanto em consideração. Ao contrário. As pessoas que estão na Câmara atualmente querem tirar os nossos direitos.”

“Precisamos atuar no âmbito das políticas públicas para torná-las realidade. Eu acredito que vou ocupar uma das cadeiras e minha luta vai ser para uma coordenadoria LGBT dentro da Prefeitura de Santo André”, completou Roseli Marques (PSDB), 56. 




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