Vinte anos depois de chegar à decisão da Série A e ficar com o vice-campeonato, ao perder para o Grêmio, a realidade da Portuguesa é completamente diferente. O clube pode sofrer neste domingo seu quinto rebaixamento nos últimos cinco anos. No Campeonato Paulista, por exemplo, já disputa a Série A2 há duas temporadas e quase caiu para a A3 neste ano.
O trágico momento é fruto de uma péssima situação financeira, que pode até fazer com que o clube feche as portas. A Portuguesa deve cerca de R$ 250 milhões e, por isso, verá os 45% que lhe pertencem do Canindé - os outros 55% são da Prefeitura - irem a leilão em novembro.
O reflexo é visto no campo. Em 17 partidas na Série C, conquistou 14 pontos. Só não é pior do que o já rebaixado Guaratinguetá, que soma quatro pontos.
Em entrevista exclusiva à Agência Estado na última quinta-feira, pouco depois de dar entrevista coletiva na qual disse confiar que o leilão do Canindé será embargado, o presidente da Portuguesa, José Luiz Ferreira de Almeida, negou que pense na possibilidade em tentar uma possível virada de mesa para manter o clube na Série C.
"Nem pensei nessa possibilidade. E virar a mesa onde? Na CBF? De jeito nenhum. Para a Portuguesa ser beneficiada na CBF, precisa acabar o mundo primeiro para depois começar tudo de novo", afirmou o dirigente, para depois já assumir por antecipação a culpa por uma possível (e provável) queda para a quarta divisão nacional, ao lembrar que foi ele que contratou os jogadores que formam o atual elenco da equipe.
"Eu que os trouxe, eu que os contratei, então a responsabilidade é toda minha. Disse desde o começo: ?Se eu não subir para a Série B, sou um presidente fracassado?. Agora, cair para a Série D, é coisa mais do que inesperada", admitiu, tirando o peso das costas dos jogadores. "Não posso cobrar muito de um time que foi formado há dois meses. Não posso cobrar desses atletas. Eu querer cobrar e jogar a responsabilidade para cima de técnico ou atleta? Eu não vou fazer nunca", enfatizou.
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