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Papa elogia solidariedade e critica a lógica 'dominante' do lucro
Da AFP
23/09/2007 | 15:43
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O papa Bento XVI elogiou neste domingo a solidariedade e denunciou a "lógica dominante do lucro", que aumenta a desigualdade, durante sua visita à diocese de Valletri, cerca de 30 km a sudeste de Roma.

"A lógica do lucro, se for dominante, aumenta a desproporção entre pobres e ricos e também uma ruinosa exploração do planeta", disse o Papa durante a cerimônia religiosa na catedral que foi sua diocese antes de ser eleito sucessor de João Paulo II.

"Quando a lógica dominante é, por outro lado, a da partilha e da solidariedade, é possível corrigir o caminho e voltá-lo para um desenvolvimento eqüitativo para o bem comum de todos", acrescentou.

"No fundo, trata-se de decidir entre egoísmo e amor, entre justiça e desonestidade, em definitivo entre Deus e Satã", afirmou Bento XVI.

"A vida sempre é uma escolha: entre honestidade e desonestidade, entre fidelidade e infidelidade, entre egoísmo e altruísmo, entre o bem e o mal", prosseguiu o Papa.

"Por tanto uma decisão fundamental é necessária: a escolha entre a lógica do proveito como último critério de nossas atuações e a lógica da partilha e da solidariedade", concluiu o pontífice.

O Papa aproveitou a visita a sua antiga diocese para presentear os fiéis com uma coluna de bronze de quatro metros de altura oferecida a ele em 2006 durante sua viagem à Alemanha por cidades bávaras que queriam homenageá-lo em sua passagem por sua terra natal e por seu aniversário de 80 anos, no dia 16 de abril de 2007.

Duas horas depois, Bento XVI voltou a se referir à doutrina social da Igreja durante a oração do Angelus em sua residência de veraneio de Castel Gandolfo, nos arredores de Roma.

"O dinheiro não é 'desonesto', mas mais que qualquer outra coisa pode colocar o homem em um egoísmo cego. Trata-se portanto de realizar uma espécie de 'conversão' dos bens materiais: em vez de utilizá-los apenas para o interesse próprio é preciso pensar também nas necessidades dos pobres", disse o Papa.

"O lucro é, naturalmente, legítimo e, se aplicado com mesura, necessário para o desenvolvimento econômico", concluiu Bento XVI.

"A lógica do lucro e a da distribuição eqüitativa dos bens não são contraditórias entre si contanto que a relação estiver bem ordenada", assegurou.

"A doutrina social católica sempre defendeu que a distribuição eqüitativa dos bens é prioritária", disse ao lembrar as palavras de seu popular antecessor que em certo momento considerou que "o capitalismo não deve ser considerado o único modelo válido de organização econômica".Parte superior do formulário.




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