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Alerta no sul da Itália por atividade do vulcão Stromboli
Da AFP
02/01/2003 | 15:54
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As autoridades italianas temem que duas enormes pedras de 600.000 a 700.000 metros cúbicos se desprendam do vulcão Stromboli e caiam no mar, produzindo maremotos perigosos em todo o arquipélago da Sicilia.

O chefe da Proteção Civil, Guido Bertolaso, admitiu sua "preocupação" à imprensa, depois de ter sobrevoado várias vezes a ilha de Stromboli, a 50 quilômetros das costas da Sicilia.

O menor porto do mundo, em Ginostra, sobre a costa ocidental da ilha de Stromboli, foi destruído por uma "onda anormal" de quase 20 metros de altura, produzida pela queda de um grande padaço da encosta do vulcão no mar no dia 30 de dezembro.

O vulcão Stromboli, um dos cinco com atividade permanente no mundo e o mais ativo da Europa, surpreendeu os poucos habitantes da ilha, que foram evacuados.

A área, declarada patrimônio da humanidade pela ONU no ano 2000, é um paraíso natural e seus habitantes lutam para conservar intacto esse pedaço do Mediterrâneo, apesar das condições precárias em que vivem, sem água corrente ou eletricidade e com um pequeno porto como único meio de chegada.

"Pelo menos três correntes de lava estão caindo no mar sobre o lado sudeste do vulcão", de 924 metros de altura, precisou Bertolaso.

A queda de enormes pedras com altas temperaturas no mar é o maior perigo, pois as mesmas produzem fortes maremotos.

"Estamos realizando simulações, inclusive com cenários mais catastróficos, para que possamos proteger todos os habitantes das ilhas Eolie de um maremoto, de forma rápida e eficaz", declarou Bertolaso.

Os especialistas calcularam que no dia 30 de dezembro caíram mais de quatro milhões de metros cúbicos de lava nas águas profundas e transparentes da região, batizada 'Sciara del fuoco'. Essa quantidade representa a queda de uma torre de 60 andares no mar.

"Duas quedas foram registradas quase ao mesmo tempo. A primeira com 600.000 metros cúbicos de lava e a segunda com quatro milhões de m3. Essa enorme quantidade de matéria produziu a onda gigante", informou o chefe da Proteção Civil.

A reserva de magma incandescente do vulcão também é estudada pelos analistas, que examinam a possibilidade da montanha ceder, produzindo uma explosão de conseqüências incalculáveis.

"Temos na ilha uma rede de antenas sísmicas com sensores que captam todas as ondas. A cada 12 minutos o Stromboli registra explosões, fontes de luzes que atraem milhares de turistas por ano e que nos oferecem informações importantes sobre a atividade do vulcão", afirmou Edoardo del Pezzo, coordenador do grupo de pesquisa.

Para o especialista, as recentes erupções do vulcão Etna, também na Sicilia, e o terremoto de setembro passado no sul da Itália não têm relação entre si.

As autoridades locais prolongaram as férias escolares dos 28 alunos da ilha, enquanto ainda estão sendo calculados os prejuízos causados pela onda anômala, que cobriu as casas de lama e pedras, arrasou telhados e destruiu a maioria das embarcações de Ginostra.




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