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Empresários estão mais otimistas com o País
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
18/03/2007 | 19:17
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O empresariado brasileiro revela, de modo geral, otimismo com seus negócios, ao mesmo tempo, em que percebe que o País precisa enfrentar diversos entraves para que essas perspectivas favoráveis se confirmem no médio prazo.

Essa é a conclusão de um estudo, preparado pela consultoria Deloitte, para identificar a visão dos líderes empresariais sobre os rumos da economia e de seus negócios. No levantamento, concluído no início deste ano, foram ouvidas cerca de 370 empresas, cujo faturamento somado corresponde a 10% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.

Entre os motivos para o otimismo, os empresários destacam a redução da vulnerabilidade externa a partir do equacionamento da dívida externa do setor público; a maior facilidade na captação externa de recursos pelas empresas brasileiras por conta da redução do risco País e o cumprimento pelo governo de metas de superávit primário, que tornaram mais fáceis as decisões de investimento.

A pesquisa mostra que há disposição de se investir mais e de gerar mais empregos. No entanto, a intenção é acompanhada por receios em questões consideradas fundamentais para que o Brasil encontre uma rota de crescimento mais acelerado.

Entre esses pontos de preocupação, um deles é quase unanimidade: 95% da amostra de entrevistados aponta a carga tributária (a maior do mundo e que representa hoje quase 40% do PIB) como o principal desafio. Por conta disso, uma ampla Reforma Tributária aparece como a principal ação (para 96% das empresas da amostra) que o governo federal deveria conduzir nos próximos anos.

O sócio da área de Finanças Corporativas da Deloitte, José Paulo Rocha, destaca que o problema da tributação excessiva está inter-relacionado com outros, como taxas de juros e gestão dos recursos públicos, que também estão entre os mais lembrados pelos líderes de negócios.

“A carga tributária é conseqüência da gestão fiscal do governo, que tem gastos elevados e mantém juros altos para se financiar”, afirma Rocha. Há ainda a avaliação do empresariado, que aparece no estudo, de que os gastos são elevados, mas poderiam ser melhor utilizados, com a ampliação da capacidade de investimento público em infra-estrutura.

Outro problema citado, a corrupção no governo, tem relação evidente com a repercussão de escândalos na administração pública nos últimos anos. No entanto, foi menos citada do que na edição do estudo de 2006 – quando foi lembrada por 71% dos entrevistados.




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