Economia Titulo
Preço do álcool volta a cair no produtor
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
14/04/2007 | 07:09
Compartilhar notícia


O preço do álcool combustível deu um susto nos motoristas no último mês. Desde a semana de 18 a 24 de março o custo do litro do derivado de cana-de-açúcar começou a subir nas bombas. De lá para cá, o valor pago pelo consumidor do Grande ABC teve aumento de 5,68%, passando de uma média de R$ 1,303 no meio do mês passado para os atuais R$ 1,377, de acordo com levantamento semanal do Diário com base na pesquisa da ANP (Agência Nacional de Petróleo – leia texto abaixo).

No entanto, esse cenário de alta pode chegar ao fim em breve. Isso porque o preço cobrado pelos produtores começou a cair. O custo do litro de álcool dos usineiros foi de R$ 0,964 para R$ 0,95, uma variação negativa de 1,53%.

As altas de março quebraram o ritmo registrado no preço do combustível desde o começo do ano. Embora normalmente os primeiros meses de cada ano sejam marcados pelo aumento do preço do álcool – por causa da baixa produção devido à entressafra da cana-de-açúcar – em 2007, o que se viu foi um festival de quedas. Entre o fim de janeiro e o meio de março, o custo do combustível acumulou queda de 4,4%. A diferença entre o começo de 2006 e 2007 é gritante: no ano passado, o litro do combustível chegou a custar R$ 1,99 nos postos do Grande ABC.

O cenário calmo neste ano só foi possível pelo grande estoque que estava acumulado no final do ano passado, ao término da safra de cana. Em março, o produto começou a rarear nas usinas e a colheita ainda não havia começado. Com isso, o álcool começou a subir no produtor e, por conseqüência, nas distribuidoras e nos postos.

É preciso notar, porém, que quando o produtor aumenta o preço do combustível isso não é revertido imediatamente para o bolso do consumidor. Levada em consideração a semana de 18 a 24 de março, por exemplo: naquele período, o custo do derivado de cana-de-açúcar nas usinas havia subido 7,25%, as distribuidoras repassaram um reajuste de 0,79% aos postos. Nas bombas, o preço havia subido apenas 0,15%.

A demora do repasse de aumentos de custo não significa que ele não vá chegar. Pelo contrário – distribuidoras e postos tendem a promover reajustes menores, mas por tempo mais extenso quando confrontados por fortes altas no produtor.

Com a queda no preço do produtor é de se esperar que as distribuidoras e postos diminuam o ritmo dos aumentos. Tudo indica que com o começo da safra a situação melhore para o motorista. Resta apenas esperar para ver quanto tempo demora para esse resultado ser revertido ao consumidor final.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;