A campanha do PT à Prefeitura de São Bernardo, liderada pelo ex-secretário de Coordenação Governamental e Serviços Urbanos Tarcisio Secoli, entrou em crise na coordenação do projeto político após a primeira-dama e secretária de Orçamento e Planejamento Participativo, Nilza de Oliveira (PT), determinar a assessores de vereadores que a prioridade é o auxílio a Tarcisio, em detrimento às candidaturas ao Legislativo.
A exigência da primeira-dama foi feita durante reunião com equipe na segunda-feira sem ao menos apresentar os detalhes que levaram ao pedido. Todo o episódio teve repercussão negativa no petismo. Entre os reclamantes estão nomes conhecidos da política da cidade e até mesmo vereadores com mandato.
De acordo com apuração do Diário, o clima entre os correligionários e aliados já estava bem desgastado. Nem mesmo a presença integral desde o dia 1º do prefeito Luiz Marinho (PT) teria amenizado a insatisfação. Entre as reclamações estão falta de diálogo para discursos nas ruas, suporte no pedido de candidatos a vereador sobre envio de itens de campanhas e exclusão nas reuniões estratégicas.
Efetivamente, Nilza não foi nomeada a cargo de coordenação na campanha, porém, tem participado ativamente de debates em torno de ações de rua para o prefeiturável petista.
Na reunião de segunda-feira, com a presença de outros coordenadores e assessores, a primeira-dama impôs a condição de remanejamento de esforços em torno de Tarcisio, pedindo aprovação imediata dos apoiadores. Um dos integrantes que participaram da reunião detalhou que a ordem passada pela primeira-dama é a de que “assessores deixem agenda de candidatos a vereador e fiquem apenas na majoritária”.
O reflexo do bate-cabeça na coordenação é que muitos candidatos a vereador, tanto do PT quanto de partidos aliados, não têm pedido para fazer agendas em conjunto com Tarcisio e alguns têm, inclusive, tirado a imagem do petista em materiais publicitários em suas páginas no Facebook e até mesmo nos tradicionais santinhos de propaganda.
O Diário procurou a assessoria da campanha de Tarcisio, abrindo espaço para esclarecimentos. De forma resumida, o setor de comunicação do projeto eleitoral disse que as informações relatadas “não procedem”.
PROBLEMAS
A crise na coordenação de campanha já era esperada quando Nilza decidiu tomar as rédeas da empreitada de Tarcisio. Isso porque a primeira-dama colecionou desafetos durante a gestão do marido. Não foram raras as vezes em que Marinho teve de colocar panos quentes em discussões provocadas pela mulher.
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