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Empresários alertam sobre riscos da reduçao da jornada
Do Diário do Grande ABC
08/06/2000 | 15:00
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Dirigentes do parque industrial brasileiro de transformaçao de plásticos em bens de consumo intermediários e finais acreditam que a reduçao de jornada de trabalho de 44 horas para 36 horas apenas estimulará a automaçao das fábricas, sem gerar mais empregos no setor.

O presidente da Associaçao Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Merheg Cachum, avalia que o Brasil nao pode se comparar a França, um grande exportador. "Países vizinhos da França, como Espanha, reduziram a jornada e também o número de vagas", exemplifica, pontuando um país cuja economia se aproxima mais da realidade brasileira.

Ele diz ainda que "se reduzirmos a jornada e abrirmos vagas teremos mais custos e estes serao repassados aos preços dos produtos, gerando inflaçao", avisa o presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico da Bahia, Luiz Antônio de Oliveira. Para ele, tal medida seria o sinal verde à modernizaçao do parque industrial, que ainda nao conta com robôs no chao de fábrica nem alimentaçao automática das máquinas, por exemplo. "Muitas empresas vao optar pela atualizaçao dos equipamentos ao invés de contratar mao-de-obra".

Merheg Cachum avalia que a reduçao da jornada implicará no ganho da indústria por meio de outros processos. "Nao há milagres. O governo quer mudanças em outros setores, quando deveria modificar o seu, com as reformas necessárias", ratifica. Para ele, as reformas previdenciária e tributária sao os fatos geradores de emprego, renda, consumo, desenvolvimento e conseqüentemente, maior arrecadaçao de impostos.

Na França e em toda a Europa, diz, a desvalorizaçao do Euro frente ao dólar potencializou as exportaçoes, enquanto no Brasil ocorreu o inverso. "No Brasil, além do consumo interno é preciso produzir mais para exportar.

Os Tigres Asiáticos só sao grandes e fortes porque exportam", frisa, reafirmando que as vendas externas dependem diretamente da reduçao do Custo Brasil, por sua vez atrelada às reformas.




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