O principal nome do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Antonio Guterres, denunciou que os países desenvolvidos estão ignorando a crise humanitária na República Democrática do Congo (RDC) e acusou as empresas ocidentais de "saquear" o país africano.

Em uma entrevista ao jornal britânico Financial Times, Antonio Guterres afirma que a ajuda estrangeira ao país, afetado pela pobreza e as epidemias, mas rico em minerais, é insuficiente para aliviar o conflito, fundamentalmente porque este não afeta os interesses ocidentais.

"Apesar de enfrentarmos um desastre humanitário, assim como na região de Kivu do Norte, onde se registrou um forte aumento da violência, nenhum país estrangeiro se sente ameaçado. Por isto a comunidade internacional não está prestando atenção ao que acontece na RDC", denunciou o Alto Comissário.

Após uma visita ao nordeste do país mês passado, o ex-primeiro-ministro português denunciou que quase 800 mil pessoas (metade delas no último ano) fugiram por causa do conflito entre as forças governamentais, as tropas insurgentes e os rebeldes.