A alta de 9,95% da carne bovina no atacado foi a maior responsável pelo resultado da prévia, considerado alto pelo economista Paulo Sidney Melo Cota, chefe do Centro de Estudos de Preços do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV-RJ, e responsável pelo cálculo do índice. Ele afirmou que o aumento foi responsável por 0,63 ponto percentual da alta de 1,15% registrada no Indice de Preços ao Atacado (IPA), o mais importante na formaçao do IGPM.

O economista explicou que o reajuste foi conseqüência da estiagem, que afetou as pastagens para os bovinos e reduziu a oferta da carne. Outros produtos agrícolas também pressionaram o IPA, como os legumes e frutas, que aumentaram 14,1%. A FGV-RJ também captou repasse de custos para a indústria, cujos preços, no atacado, aumentaram 0,94%.

"A situaçao das empresas está piorando, porque há aumento dos custos sem repasse para o consumidor", alertou Melo Cota. O fato é demonstrado pelo Indice de Preços ao Consumidor (IPC), que variou 0,05%. O resultado é bem menor do que a primeira prévia do IPC em setembro (0,36%) e agosto (0,96%).

No varejo, a FGV-RJ registrou quedas de preços dos alimentos (-0,11%), dos produtos de saúde e cuidados pessoais (-0,3%), transporte (-0,03%) e despesas diversas (-0,12%). O Indice Nacional de Custos da Construçao (INCC) aumentou 0,55% na primeira prévia do IGPM.

Previsao - Com a taxa divulgada nesta sexta, Melo Cota já prevê para este mês uma inflaçao acima de 1% segundo o Indice Geral de Preços. A estimativa reverteu a tendência de alta do custo de vida inferior a 1%, feita nesta quarta-feira também pelo economista, na divulgaçao do Indice Geral de Preços de Disponibilidade Interna (IGPDI) de setembro.