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Parceria Brasil-EUA na educaçao é tema de encontro em SP
Do Diário do Grande ABC
10/05/2000 | 18:03
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O incentivo à participaçao de empresas, da comunidade e das famílias na melhoria da qualidade do ensino é o tema da 5ª reuniao da Parceria Brasil-Estados na área de educaçao, que acontece quinta-feira e sexta-feira, em Sao Paulo.

Lançada em 1997 pelos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton, a iniciativa já promoveu a viagem de cerca de 500 professores e educadores de ambos os países para a troca de experiências.

A parceria abrange cinco áreas: o uso de novas tecnologias em educaçao, o desenvolvimento de indicadores educacionais, a formaçao de professores, o intercâmbio de pesquisadores e o incentivo à participaçao da sociedade na vida escolar.

Cada atividade é financiada por ambos os países - nao necessariamente pelos governos. "Após definirmos um programa, saímos em busca do dinheiro", diz o adido cultural da embaixada dos EUA no Brasil, Michael Hahn.

Na semana passada, retornaram ao Brasil 27 diretores de escolas públicas que, por duas semanas, visitaram estabelecimentos de ensino nos EUA e conheceram experiências de sucesso na participaçao da sociedade em projetos educacionais.

Os diretores, um de cada Estado, tiveram as despesas da viagem custeadas por entidades brasileiras. Nos EUA, a programaçao do grupo foi organizada pelo governo norte-americano.

O diretor do Centro de Ensino de 1º Grau Seis, de Sobradinho, no Distrito Federal, Ronildo Ramos da Silva, ficou impressionado com o envolvimento de pais e empresários no sistema educacional dos EUA. "Há pais voluntários que dao aulas de reforço para os alunos que estao mal nos estudos", diz ele, decidido a incentivar iniciativas semelhantes em sua comunidade. "Temos de trazer a família para dentro da escola", disse.

"O envolvimento da comunidade é decisivo para se ter uma boa escola", afirma o embaixador dos EUA no Brasil, Anthony Harrington, fazendo coro com o que costuma dizer o ministro da Educaçao, Paulo Renato Souza.

O encontro quinta-feira tem o objetivo de avaliar os resultados já obtidos com a parceria. Sexta-feira serao apresentadas experiências de êxito na mobilizaçao da sociedade em favor do ensino. O evento conta com a participaçao do subsecretário de Educaçao dos EUA, Terry Peterson.

Silva ficou impressionado também com a infra-estrutura da rede pública norte-americana. "As escolas mais pobres têm um computador para cada quatro alunos", comenta ele, que conta apenas com 20 computadores para atender seus 3 mil estudantes. "Nossa realidade é bastante diferente da deles, mas vamos correr atrás".

Um dos programas que o Brasil vai mostrar na reuniao é o Alfabetizaçao Solidária, que reúne governo, empresários, universidades e prefeituras e, até o fim do ano, já deverá ter alfabetizado 800 mil jovens e adultos. "A educaçao passou a ser o principal destino de recursos das empresas como destinaçao social", afirma Paulo Renato.

A parceria Brasil-EUA foi estendida no ano passado até 2002. Mas sua continuidade está ligada ao resultado das eleiçoes presidenciais nos EUA, em novembro, quando será escolhido o sucessor de Clinton.

Segundo o embaixador Harrington, porém, tanto o candidato democrata, Al Gore, quanto o republicano, George Bush Jr., já declararam que a educaçao é prioritária em seus planos de governo. "Vamos ter de esperar para ver", diz a assessora especial de Paulo Renato, Gilda Portugal.




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