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Brazuca faz um bom CD em tempo recorde
Leonardo Blaz
Da Redaçao
30/09/2000 | 15:54
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Apesar de ser apropriado em diversos casos, o ditado "a pressa é inimiga da perfeiçao" deve ser descartado para designar o primeiro álbum da banda Brazuca. O projeto foi capitaneado pelo pianista e arranjador Joao Cristal e é um dos contemplados no semestre pelo Fundo de Cultura de Santo André.

O disco foi gravado num período recorde. Como grande parte dos participantes apresentam projetos paralelos ou integram a banda de músicos consagrados, como Djavan, Jair Rodrigues e Rosa Passos, alguns arranjos chegaram a ser concluídos minutos antes da gravaçao. Essa correria, no entanto, nao é perceptível ao ouvinte.

Nove músicas compoem o álbum. Quase todas foram compostas pelo próprio Cristal. A exceçao é a bela Ponteio, de Capinam e do subestimado Edu Lobo. A cançao foi a vencedora do 3º Festival da TV Record, em 1967, defendida pelo próprio Edu e pela desaparecida Maria Medaglia, e já era tocada por Cristal desde quando ele integrava a banda Quebra Pedra, que se dedicava a gêneros brasileiros.

Um dos grandes méritos do álbum é a uniformidade. Mesmo intercalando diversos gêneros, os músicos conseguem manter seu exímio potencial e despertar a curiosidade do ouvinte sobre as surpresas decorridas ao longo do álbum.

O CD tem início com a faixa Projeto, um pop-funk criado pelo músico quando integrava a banda 440. Em seguida, é apresentado o samba 441. O título é uma criaçao nonsense. "Como fazia parte da 440, resolvi fazer uma brincadeira", conta.  Final Feliz é um funk light que começa em alto astral, apresenta momentos mais líricos em seu decorrer, mas depois volta a empolgar. "A música foi feita depois de um ótimo acontecimento", conta Cristal, que prefere ocultar o fato inspirador.

O álbum também conta com uma dupla homenagem. Pro Camilo é dedicada ao dominicano Michel Camilo, eclético e criativo pianista, uma das principais referências do músico mineiro de Conceiçao do Rio Verde, mas que vive em Santo André há 27 anos. A faixa é uma salsa. Já Chorinho Pra Elas é uma homenagem a Margarete e Raíssa, mulher e filha de Cristal. "Acontece muito comigo de acordar com uma melodia na cabeça. Foi isso que ocorreu com essa música", conta.

A trajetória de Joao Cristal em outras formaçoes ainda encontra ecos em Tropical, um delicioso xa-xa-xa. "Essa composiçao lembra muito os tempos em que o Fruto da Terra (conjunto que o músico ainda integra) fazia bailes por todo o país", conta. Baifrevo, uma fusao de baiao e frevo, foi criada no fim da década de 70, quando o pianista ainda era aluno da Fundaçao das Artes de Sao Caetano. A música também já foi apresentada pela big band Savana.




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