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Missão brasileira volta do Haiti depois de 47 dias
14/07/2004 | 23:46
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Após 47 dias longe de casa, o grupo com 800 homens da Marinha, o primeiro a deixar o Haiti, chegou em três navios que atracaram na manhã desta quarta-feira na Ilha de Mocanguê, em Niterói, no Grande Rio. Os militares foram enviados para dar apoio logístico e de comunicação aos 1,2 mil brasileiros que estão no Haiti, compondo a tropa na missão de paz da ONU (Organização das Nações Unidas).

Pobreza, sujeira e tensão. Foi isso que os militares que desembarcaram nesta quarta disseram ter visto no país caribenho. "O Haiti tem alguns grupos rebeldes armados e a nossa tarefa é desarmá-los", disse o contra-almirante Eduardo Monteiro Lopes, comandante da 2ªDivisão de Esquadra. O país passa por uma instabilidade política devido à deposição do então presidente Jean Aristide, no início do ano.

"O Haiti está muito sujo. Toda a água está contaminada e um dos objetivos da nossa equipe era fornecer água potável aos homens da missão", disse vice-almirante Carlos Augusto Saraiva Ribeiro, comandante-chefe da esquadra brasileira. Ele não foi ao país caribenho, mas deu as boas-vindas e elogiou o trabalho dos que regressaram.

Segundo Ribeiro, o navio desembarque de carros de combate Mattoso Maia, o único que ficou no Haiti, produzia por dia 20 mil litros de água para consumo, por meio do método chamado osmose reversa, que transforma a água salgada do mar em doce. O navio desembarque-Doca Ceará, a fragata Rademaker, o navio-tanque Almirante Gastão Motta e o Matoso Maia deixaram o Brasil no dia 28 de maio, levando carros, tanques de guerra, armas e suprimentos.

Os três primeiros, que trouxeram os 800 tripulantes, se aproximaram da costa por volta das 9 horas desta quarta. O cais estava lotado de parentes e amigos. "Estou três dias sem dormir. Trouxe a bandeira do Brasil para abraçar meu filho porque ele veio de uma missão de paz", disse Dina Trindade, 53 anos.

Com cesariana marcada para esta quarta, a enfermeira Patrícia Ribeiro, 27, era só alegria ao abraçar o marido, o cabo Davidson Fidelis, 25, que servia comida no navio Doca Ceará. "Pedi para adiar o parto porque queria estar aqui e ter o Davidson ao lado para ver o nascimento da nossa primeira filha”. Fidelis relatou a experiência. "A emoção é inexplicável, mas no Haiti tem muita pobreza. Só pensava em voltar para o Brasil".




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