O prefeito (governador) de Santa Cruz, Carlos Hugo Molina, renunciou ao cargo nesta quinta-feira, em meio a um movimento de autonomia no país. "As condições que permitiam que eu fosse prefeito se esgotaram neste momento", disse 14 meses depois de ser designado pelo presidente da Bolívia, Carlos Mesa.

Ele assegurou ter encaminhado "as decisões e os debates dos temas que terão que ser resolvidos amanhã (sexta-feira)", durante uma reunião aberta convocada pelo CPSCZ (Comitê Pró Santa Cruz), propulsor do movimento autonomista.

Molina disse que as gestões de entendimento e transição, que comandou há quase duas semanas, apontam que esta sexta-feira vai ser "a festa que todos estão esperando e que os temas que eram objeto de debate e discussão possam ter uma resposta".

Ele revelou que em La Paz (900km de Santa Cruz), o presidente Mesa comunicou sua decisão de dar curso legal à eleição popular de prefeitos e pedir um referendo sobre autonomias até abril próximo.

A Câmara dos Deputados decidiu, no sábado, que vai acelerar o trâmite de uma lei sobre autonomias regionais na Bolívia para atender à demanda da província de Santa Cruz, contrária ao presidente Carlos Mesa e decidida a estabelecer um Governo autônomo ainda nesta semana.

O acordo foi feito após uma reunião de várias horas com uma organização civil empresarial de Santa Cruz, a região mais forte do ponto de vista econômico e que rejeita o centralismo em vigor há quase dois séculos na Bolívia.

"Nós assumimos a responsabilidade de responder a esta demanda social e regional e continuar o tratamento legislativo do projeto de lei que está presente neste momento no Parlamento", prometeu o presidente da Câmara, Mario Cossío. Segundo ele, a lei sobre autonomias regionais deve privilegiar "a solidariedade entre os setores e regiões que fazem parte deste país".