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Pintura ‘maquia’ defeitos do carro
Percy Faro
Especial para o Diário
18/06/2002 | 18:24
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A pintura é fundamental no automóvel por dois fatores: quando considerada como valor do patrimônio e, embora a maioria dos usuários desconheça, como item de segurança veicular. As condições da pintura são sempre o cartão de visita tanto para quem deseja comprar um carro como para o vendedor. A aparência externa do veículo é o pontapé inicial da transação comercial. Em muitos casos, a pintura é responsável ainda pela chamada compra de gato por lebre – quando o interessado se deixa levar pelo brilho da tinta bem polida e relega a segundo plano as condições do conjunto mecânico.

Na compra de um carro usado, o consumidor pode enfrentar outro problema, cujo efeito é exatamente o oposto. Examina com atenção redobrada a parte mecânica e acaba sendo convencido pelo vendedor de que os pequenos reparos de pintura pouco irão pesar no bolso. Fechado o negócio, a dura realidade será conhecida a partir do primeiro orçamento, que inevitavelmente incluirá a substituição de diversas peças além do trabalho de funilaria e pintura.

Se a falta de manutenção e cuidados com a pintura desvalorizam o preço do carro, no item relacionado à segurança ela é igualmente importante. Atrás do visual externo bem apresentado pode estar camuflado um trabalho de funilaria de péssima qualidade que somente virá à tona quando acontecer uma colisão. Aliás, não é por outra razão que se tornou cena comum veículos praticamente desmanchados no meio da rua mesmo em acidentes a baixa velocidade. A explicação é simples: a funilaria malfeita alterou a estrutura do carro, fato imperceptível aos olhos do consumidor graças à maquiagem aplicada por meio da pintura. Em casos de acidentes rodoviários, as conseqüências normalmente são bem mais graves, inclusive com vítimas fatais.

Profissionais bem intencionados e honestos do segmento de funilaria têm uma receita para a boa pintura: o melhor caminho para quem deseja fazer um reparo é, antes de tudo, tentar conhecer o tipo de trabalho da oficina. Os equipamentos utilizados servem para fazer uma avaliação prévia. A segunda orientação para o usuário é inteirar-se das garantias que terá sobre a qualidade do trabalho. O proprietário do carro deve reservar a maior parte do pagamento somente quando da entrega do veículo, depois de cumprido o que foi combinado, principalmente o prazo para o término do conserto.

A estufa correta é outro ponto fundamental para garantir uma boa pintura. Além do espaço, o tipo de revestimento e a temperatura determinam o nível técnico da estufa. O custo elevado de uma pintura se dá principalmente em razão dos preços dos materiais utilizados, que passam do tipo de tinta (lisa, metálica ou perolizada), ao verniz, tíner, fundo isolante e lixas. Se o material não for de primeira linha, em pouco tempo aparecerá trincas (também chamadas de pés de galinha) e uma série de outros pequenos defeitos.

Um dos segredos da pintura de primeira qualidade está na temperatura da estufa, que deve atingir entre 80ºC e 100ºC e, nesse sentido, o revestimento é fator essencial, uma vez que sua principal função é garantir condições ideais para assegurar o aquecimento correto nas superfícies da carroceria que receberam tinta. Uma boa estufa é revestida de azulejo, que é indicado para manter o nível de aquecimento desejado e deve possuir cerca de 40 lâmpadas de 250 watts cada uma.

Pouca gente sabe, mas no momento em que a tinta é aplicada a estufa não pode estar aquecida – nesta ocasião, devem funcionar apenas as lâmpadas normais de claridade e o sistema de exaustão, que retira do interior da estufa tanto a nuvem formada pelo pó da própria tinta como também eventuais partículas oriundas da poluição do ar. Somente depois de aplicadas todas as demãos de tinta e verniz é providenciado o devido aquecimento da estufa. A secagem completa demora entre uma e duas horas, dependendo do tipo de tinta e verniz utilizados.




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