Enquanto William e Catherine curtem a lua de mel em Seychelles, a Grã-Bretanha embarca na onda de romantismo inspirada pelo casamento real para mostrar o que tem de melhor a oferecer para casais de turistas apaixonados. Alguns pontos turísticos que seriam palco do enlace, como a Abadia de Westminster, viram o número de visitantes multiplicar meses antes da cerimônia, já por conta da expectativa dos ingleses, que não assistiam a um casamento real desde 1981, quando Charles colocou a aliança nos dedos da amável princesa Diana.

Pesquisa encomendada pelo VisitBritain e realizada pela Anholt-GMI Nations Brand Index Survey com 25 mil potenciais visitantes estrangeiros revela que as nações de rápido crescimento que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) são as que têm mais turistas interessados em conhecer pontos da Grã-Bretanha relacionados à Família Real.

Os resultados mostram que a Rússia é o país com maior percentual de pessoas curiosas quanto aos pontos turísticos reais (83%), seguida do Brasil (79%), da Malásia (76%) e da República Tcheca (75%). Depois, vieram Polônia (74%), México (73%), África do Sul (72%), Índia (71%), China (71%) e Cingapura (70%).

"O anúncio do casamento real em 2011 já gerou muita publicidade no mundo todo. Isso só deve aumentar os indícios promissores de que o turismo na Grã-Bretanha, proveniente dos países do Brics e de outras nações, está prestes a decolar", declarou na ocasião o presidente do VisitBritain, Sandie Dawe, ressaltando que a monarquia britânica é parte fundamental entre os atrativos que o país oferece. "Considerando-se também o Jubileu de Diamante da Rainha e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos em 2012, isso significa que a indústria do turismo da Grã-Bretanha terá dois anos de entusiasmo sem precedentes."

E a exaustiva cobertura da imprensa internacional sobre os lugares que serviram de cenário para a história de amor entre Kate e William, por sua vez, acabou por gerar outras opções de roteiros turísticos apaixonantes pela Inglaterra, Escócia e País de Gales.

A começar pelo próprio caminho percorrido de carruagem aberta pelo casal desde a Abadia de Westminster até o Palácio de Buckingham, palco do beijo acompanhado por cerca de 2 bilhões de pessoas em 180 países. O trajeto é considerado curto, mas repleto de atrações turísticas, como a Praça do Parlamento, o Whitehall, o The Mall e a praça que serve de palco para a Horse Guards Parade (desfile oficial da guarda montada).

THE MALL

A The Mall original foi criada em meados do século 17, mas o traçado atual da avenida data do início dos anos 1900, quando a estrutura foi adaptada para abrir alas às procissões que partem do Admiralty Arch (Arco do Almirantado) rumo ao Memorial da Rainha Vitória, em frente ao Palácio de Buckingham.

A dica é visitar o local aos domingos, único dia da semana em que a via é fechada para o tráfego de veículos. Em compensação, multidões de pedestres deixam o espaço intransitável em datas comemorativas, a exemplo do casamento entre Charles e Diana, em 1981, e do dia em que a Família Real apareceu na varanda do Palácio de Buckingham para lembrar o Jubileu de Ouro da Rainha Elizabeth II, em 2002. Visitas de chefes de Estado também não passam despercebidas: bandeiras do país recepcionado são hasteadas na The Mall ao lado das flâmulas do Reino Unido.

Partindo de Buckingham e percorrendo a The Mall, passa-se perto das residências reais de Clarence House e do Palácio de St. James, além dos parques reais Green Park e St Jame's Park.

Hora de fazer uma parada para fotografar o palácio a partir da ponte sobre o lago no parque real de St. James e de conferir as delícias da cozinha britânica contemporânea oferecidas pelo chef Oliver Peyton no restaurante Inn The Park.

Depois, aproveite para caminhar pelo parque para fazer a digestão. De preferência, aguarde até as 14h30, quando funcionários se aproximam carregados de peixes para alimentar os sociáveis pelicanos do St. James Park. As primeiras aves da espécie foram doadas pelo embaixador da Rússia em 1664, e hoje são atração à parte.

A praça de desfiles da guarda montada, por sua vez, serve de palco para a cerimônia anual em comemoração ao aniversário da rainha, que neste ano ocorrerá em um sábado, no dia 11 de junho.

Para os aficionados pelo mundo da realeza britânica, vale assistir a um dos ensaios realizados nos dois sábados anteriores, cheios de pompa e espetáculo. No ano que vem, o local também sediará as partidas de vôlei de praia dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Londres.

Se você é daqueles que sempre passaram pela Avenida Winston Churchill, em São Bernardo, sem lembrar bem a quem o nome remete, siga até o cruzamento da praça com a Birdcage Walk e visite o Churchill Museum and Cabinet War Rooms, museu que conta a história do primeiro-ministro britânico no mesmo subsolo fortificado onde ele comandou as operações dos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial.

PARLAMENTO

Por fim, fotografe a Torre do Relógio - principal cartão-postal inglês, conhecida como Big Ben devido ao seu sino de 13 toneladas - e o famoso Palácio de Westminster, que abriga o Parlamento Britânico desde 1265, embora os edifícios atuais datem do século 19. Além de ser um dos edifícios mais belos do mundo, ícone da arquitetura vitoriana, o local é precursor dos parlamentos mundo afora, sem os quais a democracia moderna não existiria.

Hoje, o turista que visita o Parlamento pode conferir o que sobrou do palácio original; apreciar as decorações rebuscadas que levaram seu criador, Pugin, ao hospício; e acompanhar sessões de debates na Casa dos Lordes (equivalente ao Senado) e na Casa dos Comuns (Câmara dos Deputados). Quem domina o idioma também pode tentar assistir ao Question Time (quartas-feiras, ao meio-dia), ocasião em que o primeiro-ministro comparece ao palácio para ser sabatinado pelos parlamentares. Mas conseguir um ingresso é difícil, já que cidadãos britânicos têm prioridade.

E para coroar o fim do trajeto com cetro de ouro, adentre a Abadia de Westminster. Além de ter sido palco do enlace religioso entre Kate e William, a enorme igreja gótica é mundialmente conhecida por ser o local de inúmeras cerimônias de coroação e casamentos reais. Muitos reis e integrantes da corte estão sepultados ali, assim como gênios da ciência do quilate de Isaac Newton e Charles Darwin.