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GM lança nova picape Montana
Por André Gomide
Agência AutoInforme
28/10/2003 | 19:06
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O desenho da carroceria é sem dúvida o ponto que mais chama a atenção na picape Montana. E é, efetivamente, um diferencial nesse produto que começou a ser vendido na semana passada. Ao contrário das suas concorrentes, a Montana foi projetada para ser uma picape e não um veículo utilitário derivado do automóvel. Ela reúne atributos que expressam a experiência da marca nesse segmento e ainda conseguiu ir além ao assimilar algumas reivindicações e necessidades dos que optam por esse tipo de veículo para seu dia- a-dia. Tanto os que buscam um carro de trabalho ou aqueles que desejam apenas "azarar" nas baladas noturnas vão ficar satisfeitos com soluções, como o maior volume da carroceria e o degrau lateral que facilita o sobe e desce da caçamba.

Analisando toda a linha, o que se observa é que a General Motors criou um jogo de imagens usando o mesmo trem de força. Sobre o mesmo conjunto de motor, câmbio e suspensão você pode escolher entre passar a imagem de um picapeiro convencional, um velocista ou um off-roader. E qualquer que seja a versão escolhida você estará a bordo de um veículo com alto poder de sedução. A imagem da Montana agradou em cheio e desde sua primeira aparição na capa de Veículos, na edição 17, muitos leitores manifestaram seu entusiasmo pelo carro.

O maior destaque do design é o perfil lateral. A estampa sugere músculos definidos dando uma imagem de agressividade à picape. Esse detalhe contribui fortemente para o tom da personalidade do modelo. Os páralamas altos lembram muito o recurso usado em outros modelos da marca e são responsáveis por dar à Montada um aspecto mais robusto. Esse ponto, por sinal, é que demonstra o quanto a engenharia da marca trabalhou para apagar a imagem de que a Montana é derivada de um carro, no caso, o novo Corsa. Ela pode até usar a mesma plataforma do compacto da GM, mas é só. De resto ela tem o seu próprio brilho.

O conceito de picape leve, para alguns, é uma maneira pouco inteligente de automóvel, pois tem cabine pequena e caçamba com pouca capacidade de carga. Para amenizar esse aspecto na Montana, a engenharia da GM batizou de conceito Max Cab o conjunto de soluções que criou para a sua picapinha. Em resumo, espichou um pouco a cabine para caber algumas malas atrás dos bancos, levantou as laterais da caçamba para ganhar volume (1.343 litros) e adotou um eixo capaz de suportar até 735 kg de carga. Só para referência, a picape S10 quando foi lançada (meados da década de 90) estava homologada para levar 700 quilos de carga.

Mas há pelo menos dois pontos que não ficaram bem resolvidos. Com a altura elevada da caçamba, o pára-brisa traseiro ficou minúsculo e, para piorar, as barras de proteção do vidro (opcionais) terminaram por piorar a visão pelo retrovisor interno. Outro pênalti é o estepe. Colocado sob o assoalho, é liberado através de uma manivela colocada sob a tampa traseira que não pode ser trancada. Ou seja, vai acontecer o que já ocorre com a S10 cujo índice de roubo do pneu sobressalente é altíssimo. Por isso, quem está esperando para comprar a Montana é melhor já ir pensando numa forma de dificultar a ação dos gatunos.

Na hora de meter a botina no acelerador, o desempenho será idêntico na três. Aí é que se começa a perceber que a diferença fica mesmo na imagem exterior. O motor 1.8 Flexpower é o mesmo que equipa as três versões. Sua potência varia entre 105 cv (gasolina) e 109 cv (álcool). Com taxa de compressão de 10,5; 1, o sistema permite também que se utilize mistura variada dos dois combustíveis sem alterar o desempenho do carro.

Durante breve avaliação pelas ruas de Foz do Iguaçu, cenário escolhido para a apresentação do modelo à imprensa, a Montana mostrou-se ágil no trânsito urbano e com boas arrancadas para seus 1.150 quilos (versão com ar condicionado). Seu comportamento dinâmico também é idêntico nas três opções e nota-se inclusive que a GM privilegiou o conforto no ajuste da suspensão. Mesmo a versão Sport, que deveria ser mais durinha, o apelo de esportividade fica apenas na imagem. Nem mesmo as rodas de aro 15, com tala de cinco polegadas e meia, calçadas com pneus 185 de perfil 60 ajudaram a esconder o rodar soft da Montana.

O mesmo acontece com a Off Road, versão "convidada" para dar umas voltinhas por estradas de terra nas redondezas de Foz do Iguaçu. Em piso batido ela é pura diversão, especialmente porque está calçada com pneus 100% asfalto. Rápida, faz as rodas dianteiras deslizarem mais que o necessário se você abusa do acelerador. A direção hidráulica, item opcional na versão básica, mostra toda sua eficiência nas manobras rápidas para tomadas de curva. Nas ondulações, que provocam pequenos saltos, algo comum para quem freqüenta o off road, a maior concentração de peso na parte dianteira (60%/40%) faz a Montana inclinar rapidamente para a frente nas aterrissagens e, em seguida, beijar o chão por causa das molas macias. Nesse momento é que se percebe a importância da chapa que protege o cárter, equipamento vendido como opcional.




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