A executiva nacional do PMDB articula manobra para garantir a candidatura do vereador Paulo Pinheiro à Prefeitura de São Caetano em 2012. Ontem, o diretório municipal teve negado pela Justiça pedido para retomar o comando municipal da sigla.

Com envolvimento pessoal do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e do mandatário nacional da legenda, senador Valdir Raupp (PMDB- RO), o partido concluirá nas próximas horas resolução que autoriza a direção nacional intervir diretamente na municipal, sem passar pela estadual.

Assim, destituiria novamente o diretório da legenda em São Caetano - a primeira dissolução foi feita em abril, pela estadual -, o que pode provocar um novo processo judicial. A agremiação que no início do ano estava com Nilo Figueiredo, aliado do prefeito José Auricchio Júnior (PTB), passou em abril para Ângelo Pavin, adversário do petebista, e desde sexta-feira, por força de liminar, voltou para a antiga direção.

Em jogo está a filiação de Paulo Pinheiro no partido. Ele deixou o PTB e assinou a ficha na sigla quando estava nas mãos de Pavin, cujos atos, segundo uma das interpretações da decisão judicial, foram revogados.

O advogado e integrante da executiva municipal dissolvida Adauto Reggiani afirma que a resolução da nacional não altera o estatuto, o que enfraquece a medida. Observa ainda que, por existir em andamento um processo sobre o assunto, a iniciativa de Temer e Raupp pode não ser válida. "O PMDB em São Caetano voltará a crescer", garantiu o presidente estadual, Baleia Rossi, aliado de Pinheiro. O imbróglio jurídico tem de ser resolvido até amanhã, data limite para filiações valerem para o pleito do ano que vem.

GOVERNISTAS

Para fortalecer o leque de alianças de olho no pleito do ano que vem, o PPS de São Caetano filiou ontem, em evento no Caeps, cerca 80 pessoas. O vereador Maurílio Pompilho deixou o PV e ingressou no partido do deputado estadual Alex Manente, que reforçou compromisso com o prefeito José Auricchio Júnior. "Acreditamos no conceito de gestão administrativa. Seja qual for o candidato (governista), temos a segurança que essa pessoa dará sequência ao modelo de gestão aprovado pela população", afirmou o parlamentar.

Na avaliação de Alex, a saída do vereador Paulo Pinheiro não muda conjectura no reduto situacionista. "O Paulo se precipitou e mostrou que não concorda com modelo de gestão. Ele se isolou e foi buscar caminho por vontade pessoal. O número do Paulo Pinheiro no final da eleição será o índice que qualquer candidato da oposição teria", analisou.

Auricchio destacou o peso da sigla no seu arco de aliados. "O PPS tem história na cidade, pois o Marquinho Tortorello foi deputado duas vezes e teve militância intensa. O quadro ganha reforços. É uma soma significativa e que se mantém alinhado com a cidade", analisou. Hoje à noite, o PTB promove ato de filiações no clube Acascs, com presença do mandatário petebista, Campos Machado.