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Homossexual negra e surda pode ser condenada à morte nos EUA
Da AFP
10/04/2007 | 17:23
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Uma americana, suspeita de ter esquartejado uma suposta rival amorosa, pode se tornar a primeira mulher condenada à morte em Dakota do Sul, Estado localizado no norte dos Estados Unidos. O caso de Daphne Wright, uma deficiente auditiva negra e homossexual, chocou a opinião pública do Estado, onde nenhum condenado à morte foi executado em 60 anos.

Wright, 43 anos, é acusada de seqüestrar e assassinar outra deficiente auditiva, Darlene VanderGiesen, uma heterossexual de 42 anos, a quem a reprovava por passar muito tempo com sua namorada. O processo começou no início de abril, em um tribunal de Sioux Falls, onde fortes depoimentos sacudiram a primeira semana do julgamento.

Mas o pior ainda estar por vir para o júri composto por 13 mulheres e dois homens, pois a acusação prometeu exibir um vídeo em que um porco aparece sendo destroçado com o mesmo tipo de máquina comprada por Wright dois dias depois do desaparecimento de VanderGiesen.

A mãe da vítima caiu em prantos e precisou sair da sala quando o sutiã carbonizado da filha foi examinado. Outra testemunha também contou como descobriu a cabeça e o umbigo da vítima, envoltos em bolsas e pedaços de pano.

A polícia encontrou os restos carbonizados da mulher em um caminhão de lixo a 30 km da casa da acusada. Também descobriu pedaços de carne e ossos no sótão de Wright, ocultados debaixo de uma camada de pintura recente.

Segundo a promotoria, Wright convenceu VanderGiesen a se encontrar com ela em 1º de fevereiro de 2006 em seu automóvel. A vítima pode ter sido morta por asfixia ou com um golpe na cabeça.

“A razão do assassinato? Ciúmes”, garantiu o advogado Dave Nelson. A polícia começou a suspeitar de Wright depois que a irmã de VanderGiesen mostrou e-mails com ameaças, recebidos uma semana antes do desaparecimento da vítima.

Wright contou à polícia, através da linguagem de sinais, que suspeitava que VanderGiesen queria destruir seu relacionamento com a namorada, Sallie Collins. Mas, segundo ela, depois de uma briga, as duas se reconciliaram. A acusada também negou ter feito qualquer mal a Darlene, mas se contradisse várias vezes quando interrogada.

A advogada de defesa, Traci Smith, afirmou que não existe qualquer prova que incrimine sua cliente, acrescentando que os e-mails não são prova suficiente. A denúncia do desaparecimento de VanderGiesen foi apresentada em 3 de fevereiro, depois que foi constatada sua ausência no trabalho por dois dias. Os investigadores levaram seis semanas para recuperar os restos da vítima.

A juíza Brad Zell autorizou que o júri visse as fotos do corpo esquartejado da vítima e o vídeo do corpo destroçado, apesar dos pedidos da defesa, que lamentou a ausência de negros entre os jurados.

Dakota do sul, um Estado essencialmente rural e com população 90% branca, tem atualmente quatro condenados à morte. Durante o século XX, houve apenas seis execuções, cinco delas antes de 1914. A última ocorreu em 1947.



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