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Empregados de 7 repartiçoes federais no Rio param
Do Diário do Grande ABC
10/05/2000 | 18:28
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Funcionários de pelo menos sete órgaos públicos federais sediados no Rio paralisaram as atividades nesta quarta-feira, atendendo à convocaçao do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sintrasef), que iniciou greve nacional, por tempo indeterminado, por melhores salários.

Até o fim da tarde desta quarta-feira, porém, o comando de greve do Sintrasef ainda nao tinha o balanço da adesao da categoria ao movimento. O Rio é o Estado com maior número de funcionários federais do país, cerca de 120 mil.

"Mobilizar uma categoria como essa é muito difícil; por isso, a nossa avaliaçao é que o saldo, até agora, é muito bom", afirmou a integrante do comando de greve do Sintrasef Lúcia Reis. Lúcia nao soube precisar o número total de servidores que aderiram à paralisaçao nesta quarta-feira. "Somente na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), 11 mil funcionários optaram por parar."

A greve nacional por tempo indeterminado foi deflagrada com o objetivo de chamar a atençao do governo para a campanha salarial dos servidores federais de 2000. Segundo Lúcia, as reivindicaçoes principais sao um reajuste de 64% referentes a perdas salariais nos últimos cinco anos, com base em índices do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócioeconômicos (Dieese); fixaçao de uma data-base de reajuste anual; reestabelecimento da isonomia salarial entre civis e militares, e defesa de um serviço público de qualidade.

Os funcionários que aderiram totalmente à greve no Rio foram os ligados a órgaos dos Ministérios da Cultura - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Museu Castro Maya e Biblioteca Nacional - e da Educaçao (NEC), além de unidades da Fundaçao Nacional de Saúde (FNS), Escola Técnica Federal de Química de Nilópolis, no Grande Rio, Arquivo Nacional e escritório do Ministério da Fazenda em Friburgo, na Regiao Serrana do Estado. No Ministério da Previdência Social (MPS), a adesao foi parcial - apenas os fiscais cruzaram os braços.

No escritório do Ministério da Saúde e nos cinco hospitais federais, o expediente foi normal, assim como nos Ministérios da Fazenda e da Previdência Social, Justiça Federal, Procuradoria- Geral da Uniao e Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Na UFRJ e Universidades do Rio de Janeiro (UniRio) e Federal Fluminense (UFF), as aulas ocorreram normalmente, apesar da paralisaçao dos funcionários.

Os professores federais decidiram adiar a paralisaçao para o dia 22. Nesta quarta-feira à tarde, os servidores da UFRJ aprovaram, em assembléia, suspender, a partir desta quinta-feira, o atendimento nas oito unidades hospitalares da universidade, incluindo o Hospital Clementino Fraga Filho, que nunca paralisou as atividades. "Só funcionarao os serviços de emergência", explicou Lúcia. Os funcionários de plantao do hospital vao trabalhar de luto, em protesto ao corte salarial de 26%, relativo ao Plano Bresser, cujo pagamento foi suspenso pela Portaria 77, baixada na semana passada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestao.

Uma faixa preta será posta na porta do ambulatório, por volta das 11h30. Os manifestantes afirmaram que o ato simbólico nao vai atrapalhar o atendimento dos pacientes que haviam marcado consulta. Segundo a integrante do comando de greve da UFRJ Ana Maria Ribeiro, a idéia é sair em passeata do hospital universitário até a Linha Vermelha, onde os manifestantes pretendem fechar as pistas.




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