Embora a Câmara de São Bernardo tenha aprovado, segunda-feira, o repasse de R$ 478,1 mil para o Carnaval de 2008, as escolas de samba podem não receber a verba. Tudo porque o vereador Osvaldo Camargo (PTB), presidente da Comissão de Obras e Serviços Públicos, decidiu impedir a votação do projeto do Executivo, enviado em regime de urgência, que dividiria o dinheiro entre as 16 agremiações.

Camargo repetiu a estratégia adotada na semana passada para adiar a votação do projeto de liberação da verba: não concedeu o parecer da comissão.

Criticado pelos representantes dos blocos carnavalescos, que deixaram a Câmara após a aprovação da liberação, Camargo questionou a falta de fiscalização do dinheiro destinado anualmente às agremiações.

“A escola de samba não pode sobreviver da verba pública, tem de buscar patrocínio de empresas privadas”, sugeriu. “Além disso, temos denúncias de pessoas que usam as escolas apenas para conseguir a subvenção”, disse.

Os petistas não concordaram com o vereador e esquentaram o debate. “Não podemos generalizar. Se há indícios de irregularidades devemos investigar e não votar contra uma festa popular”, argumentou José Ferreira, apoiado pelo colega de bancada, Tião Mateus. Eles censuraram a postura de Camargo e do presidente da Casa, Amedeo Giusti (PV), contrário à matéria.

Giusti rebateu dizendo que os parlamentares apoiavam o evento só para garantir votos. “Não posso ser julgado porque não concordo com o uso do dinheiro público no Carnaval. Esta tribuna está se transformando em palanque eleitoreiro.”

O projeto volta a ser discutido na sessão ordinária de quarta-feira – a última do ano – e promete nova polêmica, já que Camargo não pretende ceder. “Não vou dar parecer enquanto não discutir com o prefeito (William Dib- PSB) como ficará a subvenção do próximo ano.”