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Como nasce o nome do carro?
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
03/03/2010 | 07:00
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A escolha de nomes para os automóveis pode definir o sucesso ou fracasso comercial dos produtos. A denominação talvez seja mais importante que motor potente, design atraente ou preço competitivo. Afinal, uma decisão equivocada pode levar até mesmo um excelente produto a tornar-se motivo de chacota entre os consumidores. Quem nunca fez, por exemplo, piadinhas com a van da Kia chamada Besta?

A missão de encontrar o nome ideal é responsabilidade do marketing. Durante o desenvolvimento do modelo, ele ganha codinome interno para uso de engenheiros e projetistas. No decorrer do processo em que o automóvel ganha corpo, alma e personalidade, a equipe de marketing trabalha em busca do nome que traduza o carro.

"O carro é que faz o nome. E não o contrário", explica Cássio Pagliarini, diretor de marketing da Renault do Brasil. "O nome deve estar ligado à personalidade do veículo", completa. Por isso, o trabalho de pesquisa é intenso para encontrar a palavra que traduza as principais características do veículo.

De acordo com Juliano Machado, gerente de marketing de produto da Peugeot, a decisão final - que sempre passa pela aprovação da matriz - pode ocorrer no começo do projeto, no meio ou mesmo faltando poucos meses para a apresentação oficial do produto. "Quando não temos certeza do nome, realizamos clínicas ou laboratórios com clientes para chegar a uma conclusão."

REGRAS - As montadoras seguem regras que não são obrigatórias, mas que, se não forem obedecidas - como acontece às vezes -, podem levar o carro ao fracasso de vendas. A mais importante é que o nome não tenha significado chulo, desrespeitoso ou ambíguo nos mercados em que o veículo será comercializado. A Chevrolet, por exemplo, quando mandou o Nova para a Argentina, enfrentou problemas, pois a pronúncia em espanhol dava o significado de "não vai".

Outra norma é o nome ser de fácil entendimento, memorização e ter pronúncia simples. Por isso muitos modelos carregam nomes monossilábicos, como Gol ou Ka - uma maneira fácil de não errar. Dificilmente no Brasil os nomes são longos.

TRADIÇÃO - Cada montadora tem sua própria maneira de escolher os nomes. Algumas usam algarismos, outras letras e números, mas a maioria adota nomes comuns. A Citroën, por exemplo, utiliza o sobrenome Picasso para os monovolumes. A Peugeot usa três números, sendo que o do meio é um zero: o primeiro representa a posição do carro e o último a geração. O zero serve só para ligar os algarismos.

A Renault não segue uma regra, apesar de no passado ter utilizado letra e número. "Usar só números é comum para carros de luxo, como Mercedes ou Ferrari. Como a Renault é uma marca popular, resolvemos abandonar a tradição", conta Pagliarini.

NOMES PATENTEADOS - Todas as montadoras têm vários nomes patenteados que ainda não estão no mercado, mas que dentro de alguns meses ou anos podem aparecer. "A Peugeot tem sob custódia todos as nomenclaturas de carros com três números que tenham o zero no meio", revela Juliano Machado. "O Porsche 911 era para ser chamado de 901, mas como o nome era patenteado por nós teve de mudar", revela.




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