"Deus manda sinais." A frase proferida ontem pelo presidente estadual do PSB, deputado federal Márcio França, é um aviso aos três vereadores socialistas que continuam na oposição do governo Luiz Marinho (PT), de São Bernardo.

Recentemente, os parlamentares Vandir Mognon e Pastor Ivanildo de Santana deixaram a bancada contrária à gestão petista para integrar a base de apoio da administração. O que deixou a legenda rachada na cidade. "Os dois compreenderam certos sinais. Quem não interpretar vai ter as sanções que Deus mandar", enfatizou Márcio França, que esteve com o chefe do Executivo petista no fim da tarde.

A analogia feita pelo líder paulista pode ter fundamento legal. Os vereadores Ary de Oliveira, Sérgio Demarchi e Antônio Cabrera, que permanecem na oposição, apoiarão a reeleição do deputado estadual Orlando Morando e a candidatura à Câmara Federal do ex-prefeito William Dib, ambos do PSDB.

A adesão a postulantes de outra legenda pode enfraquecer o PSB nas urnas em outubro. E, segundo resolução da sigla, se as candidaturas a deputado estadual e federal do partido não atingirem 5% do quociente eleitoral nas cidades, os diretórios municipais serão dissolvidos.

Hoje, em São Bernardo, a legenda é comandada pelo grupo de Dib, que deixou o PSB em setembro para ingressar no ninho tucano. "Ele cometeu um equívoco", ressaltou Márcio França. Com resultados pouco expressivos no pleito, as executivas estadual e nacional farão intervenção na municipal. "Aí tem consequências", destacou o presidente, sobre possível infidelidade partidária dos três que ficarem na oposição.

O vereador Ary de Oliveira respondeu ao presidente estadual. "Converso todas as noites com Deus e nunca me deu sinal algum sobre caminho político. Acho que existem coisas mais importantes para cuidar do que disso", frisou, ao destacar que não fora convidado para a reunião ocorrida no Paço.

Márcio França fez discurso contundente sobre "a mudança de campo" de William Dib, esquecendo que Vandir e Pastor Ivanildo foram eleitos pela coligação adversária de Marinho e hoje estão ao seu lado. "Não podemos discutir com a democracia. Quem decidiu foi o povo de São Bernardo pelo prefeito (Luiz Marinho), pela nova experiência. Ninguém pode ser contra o bem da cidade", explicou o deputado.