O crescimento americano no quarto trimestre foi revisado para cima nesta sexta-feira, já que o déficit comercial pesou menos do que o esperado e as empresas investiram mais do que o previsto. No conjunto do ano, a maior economia do mundo teve uma expansão de 4,4%.

Apesar de o ritmo de crescimento da economia americana ter diminuído no último trimestre de 2004, ele avançou mais do que o previsto. Segundo o Departamento de Comércio, a economia cresceu 3,8% em ritmo anual no último trimestre, revisando para cima a estimativa inicial, de uma expansão de 3,1%.

"Esta revisão não nos surpreende. Muita gente achava que este número encostaria nos 4%", disse Drew Matus, economista do Lehman Brothers em Nova York. "O que esta cifra confirma é o que sabemos: que a inflação no último trimestre não subiu muito, e que a economia dos Estados Unidos tem condições de registrar um bom crescimento no primeiro trimestre", acrescenta.

O governo manteve sua estimativa de crescimento para 2004 em 4,4%, a maior alta desde 1999. A revisão para cima no último trimestre é explicada principalmente pelo aumento das exportações, alimentado pelo contínuo enfraquecimento do dólar e por gastos das empresas maiores do que o calculado inicialmente.

O pico no crescimento também mostra que a maior economia do mundo desacelerou muito menos do que o previsto no último trimestre de 2004, comparado com o crescimento de 4% registrado no terceiro trimestre do ano passado.

Muitos economistas esperavam uma revisão para cima do crescimento, depois que o governo canadense informou, em janeiro, que havia calculado erradamente as importações americanas em novembro. Os Estados Unidos usam os dados do Canadá para calcular seu crescimento estimado.

Entre os fatores que influenciaram as cifras divulgadas hoje está a revisão para cima das exportações, que, segundo o governo, cresceram 2,4% no quarto trimestre, contra a previsão de queda de 3,9%.

A desaceleração econômica em relação ao terceiro trimestre refletiu uma moderação dos gastos com consumo e um aumento do déficit comercial americano. A revisão para cima do PIB parece reforçar a visão do Fed de que a economia segue por um "sólido caminho de crescimento".