Alexandre Magno Macedo Oliveira, companheiro da professora Geisa Firmo Gonçalves, morta na última segunda-feira, durante um seqüestro de um ônibus no Rio, antecipou suas férias do Jóquei Clube, que deveriam ser tiradas em julho, e está em Fortaleza. Ainda bastante comovido com a perda, Alexandre diz querer esquecer os momentos passados na última semana, quando viu Geisa morrer a poucos metros, sem poder fazer nada.

Alexandre diz que estava no Jóquei onde trabalha, quando viu o seqüestro pela televisao e identificou Geisa entre os reféns. ``Nao sei até agora o que ela estava fazendo naquele ônibus 174. Ela nunca pegava aquele ônibus, que é uma raridade passar no ponto', diz. Imediatamente, ele deixou o Jóquei e foi até o local, ficando a uns 100 metros do ônibus seqüestrado. Quando Sandro desceu do ônibus com Geisa, Alexandre diz ter aproveitado um descuido da segurança para se aproximar, ficando a uns quatro metros dos dois.

``Rezava para que ela desmaiasse, pois assim ele largaria ela. Rezava para que a arma dele caísse longe e tudo terminasse bem', lembra. Quando os disparos aconteceram e Geisa foi baleada, Alexandre avançou em cima de Sandro, chutando o seqüestrador junto com outras pessoas do local. Alexandre foi na ambulância com Geisa e, no hospital, soube da morte da companheira. ``Aquele policial agiu de forma errada. Ele quis ser o herói da história, mas acabou estragando tudo', lamenta.

Alexandre nega que tenha sido coagido por policiais, como chegou a ser divulgado pela imprensa nacional. Ele conta que a delegada Marta Rocha, da 15ªDP, na Gávea, onde a ocorrência foi registrada, teria designado duas pessoas para acompanhá-lo, ficando responsável por ``toda parte burocrática e translado do corpo'. Alexandre nao voltou para casa, ficando com um amigo e diz que, talvez por isso, tenham acreditado no fato dele ter sido coagido.

Alexandre e Geisa moravam juntos há pouco mais de um ano, na favela da Rocinha. Ele confirma que volta para o Rio depois de suas férias. Quando o assunto é indenizaçao, Alexandre diz que nao está acompanhando o caso e a família já teria contratado um advogado.

A missa de sétimo dia de Geisa será celebrada neste domingo, às 18h30, na Igreja da Sé, no centro de Fortaleza.