Memória Titulo MEMÓRIA
Entre os clubes nos quais Silva atuou estão o Santo André, Palmeiras e Flamengo.
Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
26/08/2016 | 07:00
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Encerramos a Semana São Bernardo 2016, dedicada a Giovanni Breda. Membros da família, a pedido de Memória, levantam mais informações a respeito do patriarca, que acolheremos com muita simpatia, em especial para entender a formação étnica, social, cultural e urbana das antigas Linhas Jurubatuba e Camargo.

O ponto convergente era a casa dos nonos Giovanni Breda e Thereza Angioletti. Ali – já falamos – eram realizados os bailes do clube Vinte de Setembro. Foi num destes bailes que Giovanni Filho conheceu a mineirinha Célia do Alvarenga. Casaram-se. Tiveram nove filhos, entre os quais os dois da foto republicada, Mário (com o flange) e Gilmar (com o saco de capim para os coelhos).

TEMPOS RURAIS

Na colônia dos Breda, Giovanni Filho produzia e vendia mel. E além dos coelhos, a família criava galinhas e porcos. Plantava de tudo. Onde está o Colégio Brasília, a caminho da FEI, havia um bananal. Pelas colinas, parreiras. Por todos os recantos, plantação de batata-doce, mandioca, laranja, caqui.

O nono Giovanni vendia carvão em São Paulo. E fazia amizade. Donos de uma fábrica de camisetas e cuecas ‘samba-canção’ do Brás apareciam, vez ou outra, em busca dos produtos da terra, e distribuíam camisetas e cuecas aos filhos de Giovanni e Célia.

Vejam a escadinha: Mário, Ademir (o Miro), Cecília, Maria Aparecida, Gilmar, Hélio, João, Jorge e Juliana. E observem a coincidência: todos estão vivos, graças a Deus, com duas exceções, Mário e Gilmar, os dois meninos da foto republicada.

INDUSTRIALIZAÇÃO

Os irmãos Breda trabalharam em fábricas de móveis e depois na indústria automobilística: Mário foi da Karmann-Ghia; Gilmar, da Volkswagen.

O pai, Giovanni, marceneiro. Ia e voltava de bicicleta à Fábrica de Móveis São Luiz, na Rua Municipal. Na volta cobrava os filhos: “Vocês regaram as plantas?”, e enfiava um dedo na terra para comprovar a tarefa.

E era preciso buscar dois sacos de capim para os coelhos, todo dia, sem falta.
À noite, Giovanni, o pai, ainda tinha tempo de costurar bolas de capotão para os times da cidade. E o nono Giovanni Breda, nosso personagem central? Tomava café com vinho o dia inteiro. O café na chaleira aquecida no fogão a lenha. E dá-lhe café com vinho.
Um dia a neta Cecília foi experimentar: “Horrível!”

CARTAS

Os parentes dos Breda que permaneceram na Itália se correspondiam com os Breda de São Bernardo. O vizinho Giacomo Marchi era procurado para ler as cartas. Treze ‘lettera’, com o dialeto centenário, Cecília preserva. Serão lidas por Memória. E farão parte de uma das próximas Semanas São Bernardo. Preciosas demais.

CRÔNICAS DAS COLÔNIAS

Mário e Gilmar, os pequenos lavradores, com o capim para os coelhos; Giovanni Breda, o nono, na foto que serviu de modelo para o seu busto que está na Praça Giovanni Breda; a mãe Célia Martins do Nascimento Breda, que conheceu o marido Giovanni Filho num baile do Vinte . Reparem a foto da Dona Célia. Ela olha para o chão. Parece sorrir ao observar alguém que tenta sair de um buraco. Um reflexo da vidraça da casa? Uma falha na revelação do negativo fotográfico? Que imagem seria esta? Mistério...

Diário há 30 anos

Terça-feira, 26 de agosto de 1986 – ano 29, edição 6221

Manchete – Carne importada chega à região mas é insuficiente

Saúde – Da série produzida pela repórter Fátima Albieri:
Hospitais dificultam acesso a internações. A resposta para internações é sempre negativa, mas com o uso do jeitinho é possível aparecer algum leito disponível.

Segurado paga ágio.
Hospitais esquentam documentos.

Movimento Sindical – Justiça Federal suspende eleição para escolha da nova diretoria do Sindicato dos Comerciários do Grande ABC.

Artes – Odette Bellinghausen expõe em cores e som na Caixa Econômica Estadual de São Bernardo. As cores ficam por conta dos 40 quadros a óleo que selecionou; o som, pelo recital de piano da autora, na abertura da mostra.

Nota – Odette Bellinghausen, talvez o nome mais importante da história da cultura são-bernardense. Música, pintora, cronista, ambientalista. Dona Odette faz falta.

Santos do Dia

Santo Zeferino foi papa entre os anos 199 e 217. Martirizado junto com o bispo Santo Irineu e sepultado numa capela nas catacumbas que mandou construir em Roma.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Isabel Richier
Joana Isabel


Hoje

Dia Internacional da Igualdade da Mulher.

Em 26 de agosto de...

1916 – A guerra. Do noticiário do Estadão: ataque de ‘zeppelins’ nos arredores de Londres, com oito civis mortos e 36 feridos.

1956 – Fundada a Casa das Bênçãos, na Vila Curuçá, em Santo André.

1976 – Viaduto em construção no sistema Perimetral, em Santo André, recebe o nome de Juscelino Kubitschek, ex-presidente da República morto em acidente na Via Dutra.


Capital Brasileira

Hoje é aniversário de Campo Grande (MS).


Municípios Brasileiros

Celebram seus aniversários neste dia 26 de agosto: Brejo Santo (Ceará), Cruzeiro do Oeste (Paraná), Dianópolis (Tocantins), Guaraciaba do Norte (Ceará), Ipu (Ceará), Jundiá (Alagoas), Navegantes (Santa Catarina), Nova Maringá (Mato Grosso) e Santana (Bahia).

MIGUEL ATUSI UEMATSU

(Presidente Bernardes, SP, 27-12-1948 – São Caetano, 24-8-2016)
Foi sepultado ontem, no Cemitério de Vila Euclides, o advogado, empresário e ex-presidente da Câmara Municipal de São Bernardo Miguel Atusi Uematsu, 67 anos. Seu corpo foi velado no Legislativo são-bernardense.

Miguel Uematsu foi eleito vereador em 1982, com 3.181 votos. Sua eleição para presidente da Câmara foi em 1986, para atuar no biênio 1987-1988.

Trabalho importante desenvolvido pelo vereador Uematsu foi integrar uma comissão especial encarregada de estudar a legislação tributária e propor modificações que eliminassem distorções. Participou das tratativas do intercâmbio com a cidade-irmã Tokuyama e deu continuidade às homenagens aos migrantes japoneses.

Uematsu era filho de Tashuke Uematsu e de Teone Uematsu. Casado com Neusa Midori Uesono Uematsu, ele deixa uma filha, Denise. 




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