A avaliaçao é dos líderes governistas que, mesmo dando como certa a aprovaçao, trabalham com a possibilidade da sessao de sabatina, marcada para terça-feira à tarde, ser tensa e longa. O trabalho do governo para a aprovaçao de Teresa Grossi envolveu o próprio Presidente da República no corpo-a-corpo com os senadores.
Fernando Henrique Cardoso recebeu em seu gabinete no Palácio do Planalto diversos senadores e também encarregou o ministro chefe da Casa Civil, Pedro Parente e o secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes, da mesma tarefa. Nesta batalha para vencer a resistência dos parlamentares ao nome de Grossi nao faltou ao governo o apoio do senador Antônio Carlos Magalhaes, que todos sabem ser amigo pessoal do presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
Foi o presidente do Senado que sinalizou ao governo a melhor hora para formalizar a indicaçao de Teresa Grossi à CAE e é com ele que o governo conta para dar o devido tratamento ao ofício encaminhado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que solicitou a suspensao de sua indicaçao até a conclusao do processo no Ministério Público.
Contando nos dedos as posiçoes contra e a favor, o governo sabe que o PFL votará favoravelmente à indicaçao e que no PSDB haverá poucas dissidências, como por exemplo a do senador Osmar Dias (PR). A grande incógnita continua sendo o PMDB, apesar do líder do partido, senador Jáder Barbalho (PA), ter se comprometido a liberar a bancada. Os governistas temem, no entanto, que Barbalho trabalhe em silêncio pelo voto contra.
O relator da CPI dos Bancos, senador Joao Alberto (PMDB-MA) já declarou que votará contra, nao levando em consideraçao a posiçao do relator da mensagem ao presidente propondo o nome de Teresa, Jorge Bornhausen (PFL-SC). Já o presidente da CAE, senador Ney Suassuna (PMDB-PB), declarou que dará seu voto de confiança a Armínio Fraga, apoiando o nome de Teresa Grossi para a diretoria de Fiscalizaçao do BC.
"Fraga estabilizou a moeda e baixou os juros e, se ele acha que Teresa é insubstituível, ele é que tem que se responsabilizar por ela", garantiu o senador. Na avaliaçao de Suassuna, a sessao será extremamente difícil e prolongada. "Mesmo a oposiçao que nao vota tem direito à voz e todos vao querer marcar presença", analisou. Já prevendo forte emoçao no debate, Suassuna contou que vai solicitar aos senadores "mais duros" que se mantenham dentro das normas regimentais.
A resistência dos senadores ao nome de Teresa Grossi, que é funcionária de carreira do BC com grande experiência da área, é porque ela participou da operaçao de socorro aos bancos Marka e FonteCindam, que resultou em prejuízo aos cofres públicos. Daí o seu nome constar no processo ainda em andamento no Ministério Público.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.