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Senadores deverao aprovar Teresa Grossi no BC
Do Diário do Grande ABC
19/03/2000 | 19:29
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A indicaçao de Teresa Grossi Togni para o cargo de diretora de Fiscalizaçao do Banco Central deverá ser aprovada, na Comissao de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) com no máximo 10 votos contra, num total de 24. No plenário do Senado, onde o total é de 81 votos, a estimativa é de que, também lá, 25 votos contrários.

A avaliaçao é dos líderes governistas que, mesmo dando como certa a aprovaçao, trabalham com a possibilidade da sessao de sabatina, marcada para terça-feira à tarde, ser tensa e longa. O trabalho do governo para a aprovaçao de Teresa Grossi envolveu o próprio Presidente da República no corpo-a-corpo com os senadores.

Fernando Henrique Cardoso recebeu em seu gabinete no Palácio do Planalto diversos senadores e também encarregou o ministro chefe da Casa Civil, Pedro Parente e o secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes, da mesma tarefa. Nesta batalha para vencer a resistência dos parlamentares ao nome de Grossi nao faltou ao governo o apoio do senador Antônio Carlos Magalhaes, que todos sabem ser amigo pessoal do presidente do Banco Central, Armínio Fraga.

Foi o presidente do Senado que sinalizou ao governo a melhor hora para formalizar a indicaçao de Teresa Grossi à CAE e é com ele que o governo conta para dar o devido tratamento ao ofício encaminhado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que solicitou a suspensao de sua indicaçao até a conclusao do processo no Ministério Público.

Contando nos dedos as posiçoes contra e a favor, o governo sabe que o PFL votará favoravelmente à indicaçao e que no PSDB haverá poucas dissidências, como por exemplo a do senador Osmar Dias (PR). A grande incógnita continua sendo o PMDB, apesar do líder do partido, senador Jáder Barbalho (PA), ter se comprometido a liberar a bancada. Os governistas temem, no entanto, que Barbalho trabalhe em silêncio pelo voto contra.

O relator da CPI dos Bancos, senador Joao Alberto (PMDB-MA) já declarou que votará contra, nao levando em consideraçao a posiçao do relator da mensagem ao presidente propondo o nome de Teresa, Jorge Bornhausen (PFL-SC). Já o presidente da CAE, senador Ney Suassuna (PMDB-PB), declarou que dará seu voto de confiança a Armínio Fraga, apoiando o nome de Teresa Grossi para a diretoria de Fiscalizaçao do BC.

"Fraga estabilizou a moeda e baixou os juros e, se ele acha que Teresa é insubstituível, ele é que tem que se responsabilizar por ela", garantiu o senador. Na avaliaçao de Suassuna, a sessao será extremamente difícil e prolongada. "Mesmo a oposiçao que nao vota tem direito à voz e todos vao querer marcar presença", analisou. Já prevendo forte emoçao no debate, Suassuna contou que vai solicitar aos senadores "mais duros" que se mantenham dentro das normas regimentais.

A resistência dos senadores ao nome de Teresa Grossi, que é funcionária de carreira do BC com grande experiência da área, é porque ela participou da operaçao de socorro aos bancos Marka e FonteCindam, que resultou em prejuízo aos cofres públicos. Daí o seu nome constar no processo ainda em andamento no Ministério Público.




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