Debater os diversos problemas enfrentados pelos consumidores que usam os serviços das companhias aéreas foi a razão principal para a audiência pública realizada na manhã de ontem no Senado, onde políticos, entidades de direito do consumidor e representantes das empresas do setor se reuniram.
O grande aumento do número de passageiros - cerca de 15% ao ano, desde 2005 - foi destacado por todos os participantes. Mas as deficiências de infraestrutura, que impedem os aeroportos de sustentar o avanço dos usuários, também foram citadas, além da comunicação falha das companhias aéreas com os seus clientes. "O consumidor não é bem atendido e não está contente com o alto índice de cancelamentos, atrasos, overbooking (venda de bilhetes acima do número de assentos disponíveis), furtos ou extravio de bagagens e com a falta de informações", comentou a gerente jurídica do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidos), Maria Elisa Novais.
Ela e a diretora do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, Juliana Pereira da Silva, apontaram o aumento de ações na Justiça contra as companhias aéreas como prova de que o atendimento prestado pelas empresas não é suficiente.
O representante do SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), José Márcio Monsão Mollo, rebateu a reclamação de Maria Elisa sobre o excesso de atrasos. "O índice de atrasos não é tão grande e as comparações têm de ser feitas com países de perfil similar ao do Brasil", disse.
Segundo ele, 35% dos atrasos podem ser atribuídos às empresas . "O restante pode estar relacionado a fatores meteorológicos ou a problemas de infraestrutura", explicou.
Ele ainda comentou que boa parte do valor das tarifas - outro problema relatado pelos órgão de defesa do consumidor - se deve aos gastos das empresas com combustível, que é de 32% do custo total delas e os encargos com pessoal, que é de 19%. (com agências)
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