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Libertadores: ‘Puxadinho’ do Atlético-PR não convence Conmebol
Renan Cacioli
Especial para o Diário
05/07/2005 | 09:12
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“Não se pode fazer um puxadinho de 15 mil lugares e achar que está tudo certo”. Foi com essa expressão que o superintendente de Futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, definiu as arquibancadas tubulares que o Atlético-PR constrói na Arena da Baixada, em Curitiba, desde sexta-feira, tentando adequar seu estádio ao regulamento da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). Ou seja, aumentar de 24 mil para 40 mil lugares para que o jogo de amanhã, na decisão da Libertadores, pudesse ser disputado diante dos torcedores paranaenses. Mas não teve jeito: a entidade decidiu ontem à noite que a final será mesmo no Beira Rio, em Porto Alegre.

“Enviamos hoje (segunda-feira) novamente uma nota aos dirigentes de ambos os clubes: o jogo será disputado no Beira Rio, em Porto Alegre, que reúne todas as condições de segurança para uma final de Copa Libertadores”, disse à imprensa o porta-voz da entidade, Néstor Benítez. “Tanto a Conmebol como a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) são obrigadas a velar pela segurança dos torcedores. Quem se responsabilizará se houver uma catástrofe?”, questionou Benítez.

No lado do Atlético Paranaense, o esforço de nada adiantou: desde sexta-feira, quando a entidade anunciara pela primeira vez a alteração no local da decisão, a diretoria do clube providenciou que homens trabalhassem 24 horas sem parar com objetivo de levantar uma estrutura metálica que comportasse o restante da capacidade exigida pela Conmebol. De acordo com um dos encarregados da obra, Laire Soller Júnior, às 15h desta terça-feira a estrutura estaria completa, quando o Corpo de Bombeiros faria a vistoria conclusiva.

Mobilização inútil– Alguns dirigentes, inclusive, viajaram segunda-feira pela manhã para Assunção, no Paraguai, onde fica a sede da Conmebol, para tentar reverter a situação. Até personagens do meio político de Curitiba, como o governador Roberto Requião (PMDB), entraram na discussão. “O São Paulo pressionou, não quer público, quer jogar sem a pressão da torcida”, opinou o político, que também tentou reverter a situação, fazendo contato com a CBF. Em vão.

Entre os são-paulinos, a história era contada de outra forma . “O Atlético tem um ótimo estádio, mas que não está dentro das condições do regulamento”, retrucou Marco Aurélio Cunha. “Não é uma questão de convencimento. O Atlético quer mudar o regulamento e se fazer de vitimado, o que é uma hipocrisia. Nem eles são vítimas, nem nós somos bobos”.

Mesma opinião teve a Conmebol. “É a primeira vez que encontramos uma resistência desse tipo ao regulamento da Confederação”, disse Benítez. “Se o regulamento não for respeitado, mais clubes exigirão outras coisas no futuro e essa situação nos levará ao caos e à anarquia. Nós valorizamos o notável esforço feito pelo Atlético Paranaense para chegar à final. Lamentavelmente, seu estádio não reúne as condições”, acrescentou.

Polêmicas à parte, entre os jogadores do Tricolor a questão não causou maiores transtornos. “Nenhum estádio ganha jogo”, finalizou o zagueiro uruguaio Lugano.



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